Nome do Projeto: HaBIOtat
Equipe: Marília Ramalho Fontenelle e Geórgia Morais Jereissati;
Descrição
O projeto de Goiânia manteve uma volumetria laminar, sendo proposto um jogo de volumes por meio de varandas, anteparos e jardineiras com vegetação de médio porte nas fachadas principais. Estes novos elementos possibilitam o sombreamento das salas e alguns quartos, reduzindo a radiação solar na envoltória da edificação. Enquanto o projeto de Curitiba optou como linguagem arquitetônica pela leitura de planos ao invés de volumes, de modo a desconstruir a volumetria simples e predominantemente opaca recorrente no parque edificado local.
Os materiais construtivos, foram selecionados de modo à atender as exigências de desempenho térmico da NBR 15575. Em ambos os projetos, o sistema construtivo é composto de blocos de alvenaria cerâmica estrutural, que apresentam baixa transmissividade e alta inércia térmica da envoltória. Pelos mesmos benefícios, foi adotada uma cobertura composta por telha metálica trapezoidal simples + câmara de ar + laje maciça em concreto armado.
Os projetos respeitaram o limite orçamentário exigido no edital do concurso (R$ 220.000,00 – preço de venda da unidade habitacional). O custo da unidade em Curitiba variou entre R$ 170.456,00 e 189.338,00, o que corresponde a R$ 3.666,00 por m². As unidades de Goiânia tiveram custo variando entre R$ 154.652,00 e 170.660,00, o que corresponde a R$ 3.176,00.
Memorial Descritivo
Diferenciais do projeto
Pranchas finais
CURITIBA
– Inércia térmica para aquecimento solar passivo e ventilação natural.
– Volumetria laminar com poucos avanços e reentrâncias, para evitar o auto sombreamento da edificação, maximizando o aquecimento solar das fachadas.
– Emprego de cores escuras na fachada Noroeste e na cobertura para potencializar a absorção do calor.
– Escada aberta e linear com direção variada para cada pavimento, de modo a conferir dinamismo e leveza para a composição.
– Esquadrias com vidro insulado composto por 2 folhas de vidro monolítico float simples incolor 6mm espaçados por uma câmara de ar de 12mm. O vidro simples incolor é caracterizado por um fator solar de 84%, alta transmissão luminosa (88%) e dos raios infra-vermelhos (77%), o que pode favorecer, respectivamente, o aproveitamento da luz natural e o aquecimento solar passivo nos espaços internos. Em contrapartida, o vidro duplo aumenta a resistência térmica das superfícies transparentes, minimizando as perdas de calor.
GOIÂNIA
– Ventilação natural, sombreamento e inércia térmica para aquecimento.
– Conforto acústico: distanciamento do edifício a 16m da via de acesso. Como estratégia complementar, foram introduzidos nas varandas forros em réguas de madeira espaçadas, que funcionam como absorvedores acústicos.
– Especificação de cores claras nas fachadas para reduzir a absorção de calor pela envoltória.
[blockquote align=”center”] “Este concurso foi um grande desafio para a equipe, que teve que conciliar uma série de requisitos de projeto com as questões de conforto ambiental e ainda atender às restrições orçamentárias indicadas no edital. Minha experiência de projeto sempre se restringiu a climas quente e úmidos, portanto, foi desafiador pensar em soluções eficientes – e inovadoras (!) – sobretudo para Curitiba. A plataforma ProjetEEE foi de grande utilidade neste sentido, pois nos ajudou a dominar as especificidades do clima e priorizar as estratégias mais adequadas para cada clima. Chegamos a um resultado simples e de alto desempenho, com uma boa solução formal e baixo custo. O projeto bioclimático é bastante complexo, pois exige pensar no clima em todas as etapas de projeto, mas o resultado é recompensador, pois honramos com o compromisso essencial e nobre de todo projetista: o bem-estar dos ocupantes.” Marília Ramalho Fontenelle Arquiteta DsC., Professora Adjunta da Universidade Federal Fluminense (UFF)
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