A Urbanização é real – e não importa onde você more.
De acordo com um estudo das Nações Unidas feito em 2014, o número de habitantes de zonas rurais está entrando em declínio na escala global. Enquanto apenas 30% da população mundial moravam em zonas urbanas em 1950, mais da metade (54%) moram hoje em zonas urbanas. Uma projeção da ONU mostra que, em 2050, as áreas urbanas serão ocupadas por aproximadamente 70% da população mundial.
Existem muitos benefícios provenientes do crescimento populacional em grandes centros urbanos: as economias são reforçadas; mais compras, comércio e turismo; e são oferecidas mais oportunidades para inovação e crescimento cultural. Estas vantagens explicam esta rápida mudança. Mas sem uma infraestrutura própria para acompanhar o ritmo e sustentar este desenvolvimento rápido, a Urbanização pode causar mais danos do que trazer benefícios.
Crescimento sustentável se encontra no centro da problemática do desenvolvimento urbano, e Singapura é geralmente citada como exemplo de uma cidade que acertou em seus fundamentos
Com mais de 5.5 milhões de habitantes, Singapura implementou um catalogo de soluções urbanas que assegura sua posição entre as 10 cidades mais sustentáveis no ranking ARCADIS.
Uma das formas mais eficazes de reduzir a pegada de carbono de uma cidade é reformar seus edifícios e traze-los para padrões sustentáveis. Graças à Autoridade de Edifícios e Construções de Singapura (BCA),desde 2005, milhares de edifícios receberam o certificado “Green Mark”, em um caminho para o objetivo da cidade de se tornar 80% sustentável até 2030.
Um exemplo destes esforços se mostra na sede do BCA, um edifício Net-Zero. O mais sustentável de Singapura, que está sendo usado de teste para futuros projetos arquitetônicos sustentáveis.
Mas a Cidade-Estado vai muito além de ser apenas um bom exemplo de urbanismo: A Cúpula das Cidades Mundiais incentiva líderes mundiais a visitarem Singapura e discutir sobre maneiras que possam planejar cidades mais habitáveis para um futuro sustentável.
A topografia de Singapura apresenta grandes desafios quando se trata de gerenciamento de recursos, principalmente de águas. Quando se tornou independente aproximadamente 50 anos atrás, acesso a água fresca era limitado, e importa-la da Malásia seria muito oneroso. Mas este desafio não impediu a Secretaria de Infraestruturas Públicas de desenvolver novas maneiras, através dos anos, de fazer o máximo com o pouco que o Estado-Nação tinha. Singapura conta com três inovações no gerenciamento de águas: reuso, captação e dessalinização de água.
Singapura já recebeu prêmios por seus esforços, e já utilizou diversas plataformas para assumir um papel de liderança que outros possam se espelhar. Todo ano, a cidade realiza um evento que visa juntar profissionais da indústria da água para que possam compartilhar e co-criar soluções inovadoras.
Há também, o prêmio Lee Kuan Yew de água, que é dado às melhores mentes no campo de soluções para águas, destacando indivíduos e empresas dedicados a criar uma sociedade mais consciente.
Singapura deu passos em direção a sustentabilidade quando começou a cultivar o conceito de transporte significativo – isto é, apenas usar modais que são completamente necessários. Em particular, esta filosofia restringiu aquisições de veículos pessoais, resultando em menor poluição e trânsito. Para tornar isto possível, o governo de Singapura criou um Sistema de transporte público eficaz, e estabeleceu leis que desencorajam o uso esporádico de veículos pessoais. Com estas restrições, a maior parte dos cingapurianos andam, usam bicicletas ou transporte público para se locomover pela cidade.
Uma inovação notável no âmbito do transporte inclui um projeto colaborativo em andamento através da Universidade Tecnológica de Nanyang (NTU) e a Universidade Técnica de Munique (TUM), o Eva Taxi. O conceito é de um carro elétrico que funciona como taxi, e saiu da mesa de projeto para protótipo em apenas dois anos.
Estas são apenas algumas das várias estratégias adotadas por Singapura para se tornar uma cidade sustentável.