Não temos mais que convencer o mercado sobre as necessidades em relação à sustentabilidade técnica, econômica, social e ambiental. Sabemos que é uma questão de sobrevivência e, que para sobreviver com sucesso, temos que rever os modelos de trabalho.
Falando especificamente sobre o mercado da construção civil, um dos “calcanhares de Aquiles” que mais gera perdas ao processo de produção de edificações ou desenvolvimentos urbanos foi percebido nos anos 90. Percebemos que não adiantava buscar mais “sustentabilidade” sem antes rever os processos. E, por insistirmos nos processos convencionais, a recorrente e infeliz pergunta surgia: “Quanto custa a mais construir de forma sustentável? ”.
O acréscimo de custos não acontece por causa das questões ambientais! Os escopos são mal definidos. A forma através da qual as equipes são contratadas, organizadas e gerenciadas é falha. As relações e comunicações estabelecidas são deficientes. As informações são armazenadas, trocadas e utilizadas de forma obsoleta. Todos estes e outros fatores resultam em perdas de produtividade, qualidade, eficiência e tempo. Sem mencionar litígios, obras atrasadas, retrabalhos, desperdícios, patologias e desentendimento entre profissionais.
Percebe-se que há algo errado quando, apesar de termos profissionais bem qualificados, os projetos, em momentos iniciais de seu desenvolvimento, já apresentam problemas dos mais variados tipos. Soluções incompatíveis, orçamentos estourados, cronogramas mal definidos e nunca cumpridos e premissas mal estudadas são uma lista preliminar dos intermináveis “imprevistos”. Tais problemas acontecem em qualquer tipo de projeto, mesmo naqueles onde a sustentabilidade ambiental não era um objetivo.
Entidades como o USGBC, responsável pela certificação LEED confirmam que a deficiência está no processo e incorporam requerimentos relacionados à metodologia de desenvolvimento dos projetos aos processos de certificação. A metodologia de “Processos Integrados de Projetos” é parte da versão V4 do LEED, em vigor desde outubro de 2016. E, em alguns casos, obrigatória!
A partir daí, o desafio passa a ser o de incorporar sustentabilidade sem acrescentar custos aos orçamentos dos projetos e obras. Isso é possível? Sim!
O GBC Brasil oferece treinamento de dois dias sobre a metodologia. Os alunos poderão entender e aprofundar na prática, como as 5 dicas de sucesso para que Processos Integrados sejam bem sucedidos:
1. Saiba definir escopo e informar equipes sobre o mesmo
2. Otimize os processos e talentos
3. Compartilhe os riscos, responsabilidades e ganhos
4. Não pule etapas e não “simplifique” demais o processo
5. Saiba definir e monitorar os objetivos e metas de um projeto
Talvez, em tempo de crise, o mercado venha a perceber que não tem mais como pagar a conta de tantas perdas e, finalmente perceba a urgência de repensar seus atuais modelos de gestão de projetos.
Texto escrito pela:
Arquiteta Rosana Correa, LEED AP BD+C, Professora do curso do GBC Brasil sobre Projeto Integrado: LEED v4 e Referencial GBC Brasil Casa® e sócia fundadora da Casa do Futuro – empresa especializada em sustentabilidade, processos integrados e tecnologia em edificações.