Mesmo os profissionais mais desatentos já conhecem (ou pelo menos ouviram falar) conceitos como green buildings (prédios verdes) e edifícios saudáveis. São assuntos imprescindíveis, sem dúvida, mas que englobam outro tema que cresce em importância no setor: o ESG na construção civil.
A expressão ganha espaço no setor justamente por medir e avaliar três tópicos considerados cruciais para o desenvolvimento de projetos, sejam eles de construção, reforma e manutenção. É preciso saber – e reduzir – o impacto das obras em relação aos recursos naturais e às comunidades onde estão inseridas.
É uma necessidade latente. Pesquisas acadêmicas projetam que a construção de edificações consome até 75% de todos os recursos naturais do planeta! Um número elevado demais para não ser fiscalizado e monitorado. Com a avaliação correta, as empresas do setor conseguem tomar decisões práticas para reduzir possíveis danos à natureza.
A maior preocupação com a construção dos prédios verdes já é um exemplo da importância do ESG na construção civil. Hoje, mais do que erguer uma edificação e garantir que ela seja funcional, é preciso respeitar políticas ambientais de consumo consciente de água e energia, garantir conforto e saúde aos ocupantes e, claro, respeitar a realidade socioeconômica da região.
Não há mais espaço para organizações que deixem de lado as questões ambientais e sociais em suas estratégias. Caso contrário, terão mais dificuldades para achar investimentos e estarão à margem das principais discussões que irão permear o mundo nos próximos anos.
O que significa ESG?
A expressão ESG é uma sigla inglesa e refere-se a meio ambiente, desenvolvimento social e governança (environment, social e governance, no original). De forma resumida, trata-se de indicadores que buscam medir o impacto e a influência destas três áreas na operação de empresas.
O ESG na construção civil, ou em qualquer outra área, é um tema central no ambiente corporativo. Pesquisa do Chief Executives for Corporate Purpose (CECP) mostra que sete em cada dez corporações avaliam o desempenho e a remuneração de seus profissionais com métricas baseadas neste conceito.
Não por acaso, estes três temas passaram a dominar as preocupações de organizações de todo o mundo há algum tempo. A pandemia de covid-19 exacerbou essa necessidade, reforçando a adoção de processos e políticas que estimulem a sustentabilidade, o respeito às leis e diretrizes, além da promoção do bem-estar.
Quais as contribuições do ESG na construção civil?
Há um benefício claro na adoção de indicadores ESG no desenvolvimento de projetos do setor: a redução no consumo de recursos naturais e, consequentemente, um impacto menor da obra na natureza. Contudo, há outras contribuições que extrapolam a questão ambiental. Confira:
Mobilização de todo o ecossistema
Um ditado popular famoso no Brasil diz que uma andorinha só não faz verão. A mensagem é válida também para o uso do ESG neste mercado. Não há como criar métricas socioambientais e econômicas em projetos de edificações se todas as empresas não estiverem envolvidas. É preciso, portanto, mobilizar o ecossistema para que o assunto entre na pauta.
Desempenho financeiro
O ESG na construção civil proporciona duas vantagens econômicas ao projeto. O primeiro, claro, é a maior economia a partir do consumo consciente de recursos. O segundo é a maior facilidade para atrair investidores, uma vez que esta é uma das métricas mais valorizadas por bancos e fundos de investimento na avaliação de diferentes oportunidades.
Relacionamento com stakeholders
Além da questão financeira, esse indicador também melhora o relacionamento das empresas com seus stakeholders. Quando a organização adota práticas sustentáveis e é transparente em relação às normas e políticas, consegue dialogar com diferentes parceiros e profissionais, proporcionando um ambiente de trabalho melhor.
Acompanhamento de tendências
Além disso, adotar medidas ambientais, sociais e de governança mostra a preocupação do setor em se adequar a uma nova realidade global. O mundo se transformou nas últimas décadas e conceitos como sustentabilidade e compliance ganharam espaço para atender justamente as novas demandas que surgem das empresas e pessoas.
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Saiba mais sobre políticas sustentáveis na construção civil
Implementar o conceito de ESG na construção civil não é uma tarefa fácil, mas é possível realizá-la por meio de certificações que atestam a eficiência dos prédios sustentáveis. É possível reduzir em 40% o consumo de água, 30% o de energia elétrica, 35% a emissão de dióxido de carbono e 65% a geração de resíduos.
As certificações promovidas pelo GBC Brasil, ONG que fomenta a indústria da construção sustentável no Brasil há mais de 10 anos, oferecem diretrizes para projetos de todas as escalas e tipologias, para que possam contribuir com as metas de ESG de empresas, portfólios e investidores.