A pandemia não só ressignificou hábitos e atividades como principalmente reavaliou conceitos. Neste contexto, a qualidade de vida do ambiente interno que já vinha ganhando relevância, em nível mundial com iniciativas como a certificação LEED, em suas diversas categorias, entrou definitivamente no foco dos gestores, como prioridade.
Como protagonista no combate à crise sanitária, a atividade de limpeza vem passando por uma reavaliação essencial e acurada. Não basta limpar. É preciso saber como limpar. Quais as técnicas e metodologias disponíveis? Quais os produtos realmente eficientes e inofensivos à saúde humana e menos prejudiciais ao meio ambiente? Na avalanche de informação e desinformação que este debate provocou, obviamente, discutiu-se a limpeza de carpetes e têxteis.
Fontes diversas chegaram a recomendar a retirada dos revestimentos têxteis para pisos, como medida para conter a disseminação do vírus. Isto porque, ao longo das últimas décadas estes revestimentos, particularmente o carpete, foram alvo de ataques intensos que causaram uma visão distorcida do produto.
A reação veio justamente do último elo da cadeia produtiva do carpete: a limpeza. Paulo Jubilut, CEO da milliCare Brasil, uma das líderes globais em limpeza e higienização de carpetes e têxteis, tomou a iniciativa de criar uma Câmara Técnica – com a chancela da ABIT (Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção), reunindo todos os players – inclusive associações de classe e pesquisadores – para desmitificar conceitos equivocados e provar, cientificamente, que carpetes e revestimentos têxteis, ao contrário, são aliados da qualidade do ar interno e, portanto, da saúde e bem-estar, desde que corretamente especificados e mantidos. Como resultado, a Câmara Técnica de Revestimentos de Pisos Corporativos e Residenciais da ABIT está finalizando um guia prático de higienização e conservação de tapetes, carpetes e capachos que deverá balizar as melhores práticas de conservação destes têxteis.
Como representante no Brasil da milliCare, empresa comprometida desde o início de suas atividades a contribuir com o esforço mundial de preservação da qualidade de vida do planeta, Jubilut relata como está sendo esta jornada que vem proporcionando revelações surpreendentes, principalmente quanto a relação do COVID-19 com os revestimentos têxteis.
Na verdade, a crise sanitária levantou uma discussão muito necessária e postergada por fabricantes, usuários de carpetes e até pela indústria de limpeza. O momento em que a pandemia atingiu o país e começaram a circular notícias sobre revestimentos têxteis como agentes da proliferação do vírus e recomendações para retirá-los, foi crucial para examinar e desmitificar uma longa lista de conceitos errôneos sobre revestimentos têxteis para pisos que vêm sendo construída, particularmente ao longo da última década.
Procuramos então o Comitê de Tapetes, Carpetes e Capachos da ABIT, que imediatamente acolheu e chancelou a criação de uma Câmara Técnica de Revestimentos de Pisos Corporativos e Residenciais com a missão para elaborar um Guia Técnico de Manutenção e Limpeza desses revestimentos. O objetivo é normatizar procedimentos de higienização e manutenção de tapetes, carpetes e capachos que será a referência da indústria e gestores e para a qualificação do prestador de serviços.
A iniciativa, cuja coordenação está sob responsabilidade da milliCare Brasil, conta com a participação de um time multidisciplinar de fabricantes de revestimentos têxteis, arquitetos, empresas de manutenção e limpeza, de ar condicionado, pesquisadores da USP, profissionais de engenharia e tecnologia (eTICs e IoT), especialistas em controle da qualidade ambiental interna e representantes da ABRAFAC, Abralimp e ASBEA.
Simplesmente por falta de informação qualificada e baseada em dados científicos. O carpete, na verdade, atua como um filtro, absorvendo poeira, pelos, pólen, detritos e compostos orgânicos voláteis (COVs) e, portanto, colaborando com a qualidade do ar interno. Porém, como qualquer filtro, deve ser limpo regularmente para “não entupir”. Sem higienização regular, essas partículas podem ser transportadas pelo ar e passar a circular nos ambientes fechados.
O contato de bactérias e poluentes com o sistema respiratório das pessoas aumenta a possibilidade de desenvolverem alergias que podem resultar em tosse, respiração ofegante, irritação nos olhos e asma. E isso antes mesmo dos sintomas do COVID-19 entrarem na mistura.
Manter os carpetes e tapetes higienizados não só cria um espaço agradável e esteticamente atraente, como é um grande aliado da qualidade do ar interno e consequentemente da saúde de seus ocupantes, desde que corretamente mantidos. Estes dados podem e devem ser comprovados por análises realizadas por laboratórios de qualidade ambiental idôneos, após a higienização dos têxteis nos ambientes corporativos, oferecendo segurança extra ao gestor.
Existem estudos que provam justamente o contrário. Pesquisas realizadas na China no início de 2020 já apontavam, e no início deste ano, um estudo do Instituto de Tecnologia de Bombaim, na Índia, descobriu que uma gotícula respiratória consegue manter-se líquida por um período muito menor numa superfície porosa, o que a torna menos favorável à sobrevivência do vírus. Os cientistas concluíram que o coronavírus pode sobreviver durante quatro dias em vidro e sete em plástico e aço inoxidável. Contudo, no papel e no tecido, o vírus sobreviveu apenas três horas. Os autores da pesquisa chegam a recomendar que os móveis de hospitais e escritórios, feitos de material impermeável, como vidro, aço inoxidável ou madeira laminada, sejam cobertos com material poroso, como tecido, para reduzir o risco de infeção pelo toque.
Os resultados de ambas as pesquisas vêm de encontro aos estudos que estão sendo desenvolvidos pelo grupo científico da Câmara Técnica de Revestimentos de Pisos Corporativos e Residenciais. O grupo, formado por patologistas e epidemiologistas da USP de Ribeirão Preto, já registra resultados semelhantes a ainda mais aprofundados sobre a tempo de vida do vírus em superfícies porosas – têxteis – que serão publicados como a contribuição brasileira no combate a pandemia.
Cada espaço é único, portanto, tudo começa com um plano completo de manutenção e higienização de carpetes e têxteis. Na milliCare, o processo começa com uma consultoria detalhada que vai gerar o plano de cuidados ideal para cada espaço.
Será avaliado se o local conta com sistema de prevenção a sujeira, ou seja, barreiras de contenção – capachos – que vão impedir que a sujidade trazida de fora, nas solas dos sapatos, penetrem e se espalhem no ambiente. No caso de não haver ou não serem suficientes, poderá ser apresentado um projeto para a implantação e/ou reforço das mesmas.
Na sequência, o espaço será analisado e mapeado de acordo com a utilização de cada área e do fluxo de pessoas, para gerar o plano total de cuidados que definirá a rotina de aspiração, e o mais importante, os períodos para a higienização intermediária que é preventiva, fundamental para garantir a longevidade e boa aparência do carpete e reduzir drasticamente a necessidade da limpeza profunda. É realizada através de método a seco, exclusivo e patenteado e de rápida aplicação, com o objetivo também de reduzir o período de inatividade dos ambientes tratados.
Finalmente, realizamos também limpeza profunda ou restaurativa. A limpeza profunda será necessária quando o ambiente ficou fora de controle, normalmente por descuido nos processos anteriores – prevenção, rotina e higienização.
A limpeza restaurativa precisa ser realizada por profissionais capacitados, que vão remover toda sujeira negligenciada no plano de manutenção. A frequência depende da eficiência dos cuidados rotineiros anteriores e das variáveis relacionadas ao carpete e ao ambiente.
Para garantir a manutenção continua, entre os períodos de higienização, a milliCare também treina as equipes de limpeza do cliente no uso do milli Kit, produto específico para a limpeza e remoção de manchas e sujeira que prejudicam a aparência se não forem retiradas de imediato e com produtos profissionais.
Sem dúvida alguma. Carpetes e tapetes, além da função estética, tem propriedades de conforto acústico e térmico que proporcionam bem-estar às pessoas. Quando corretamente higienizados são capazes de reter as partículas nocivas à saúde humana, colaborando para manutenção da qualidade do ar interno, evitando o surgimento de doenças respiratórias. O sistema de milliCare conta com as certificações das mais importantes entidades internacionais da indústria têxtil como o Carpet Rug Institute e o Woolsaf. No Brasil foi também avalizado por estudo realizado pela Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo.
Sim, nossa tecnologia de higienização é realmente efetiva e totalmente sustentável. Além utilizar produtos com aprovação do selo verde, a metodologia do sistema milliCare utiliza 99,5% menos água e reduz em 85% a energia utilizada em seu processo, quando comparada com os métodos tradicionais. Nossa calculadora ambiental oferece em números estes dados e também o de emissões, customizados para cada dimensão de espaço acarpetado a ser higienizado pelo nosso sistema. Faça o teste aqui.
Exatamente por isso, nosso sistema contempla três das seis categorias do LEED O&M (LEED for Operations & Maintenance), o tipologia da certificação LEED com foco em operações contínuas.
Além da redução expressiva de recursos como água e energia, o sistema milliCare prolonga a vida de carpetes e tapetes, evitando seu descarte prematuro, preservando os investimentos realizados nos empreendimentos e residências. Nosso sistema pode ainda ajudar na conquista de pontos numa quarta categoria: qualidade do ar interno.
Neste sentido, a milliCare Brasil associou-se ao Green Building Council Brasil no esforço de conscientização da necessidade da redução do uso dos recursos naturais, mitigação dos impactos socioambientais e melhoria da qualidade de vida e bem-estar das pessoas.
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por Paulo Jubilut – CEO da milliCare Brasil