domésticos de muita gente. “A partir dos óleos essenciais em um difusor ou aromatizador elétrico, dá para conquistar um reforço positivo das emoções e trazer relaxamento ao quarto, com lavanda e tangerina, concentração e frescor no home office com algo herbal e prazer na cozinha com o limão”, sugere Sâmia Maluf, psicóloga e aromatóloga.
Segundo ela, os produtos devem ser puros, livres de parabenos, sulfatos, corantes e conservantes para não promoverem o efeito contrário ou causar alergias. Antes de investir nessa frente, porém, vale cuidar do ar interno. “Ele é o mesmo da cidade, poluído. A pandemia trouxe a necessidade de ventilar os interiores e isso acendeu um alerta. Começamos a falar dos ionizadores, circuladores com filtro HEPA [sigla em inglês para alta eficiência na separação de partículas] e outros equipamentos que logo serão básicos”, avalia Leonardo Cozac, engenheiro civil e consultor em qualidade do ar interno, mesma disciplina que ministra no curso do Green Building Council Brasil sobre o tema. Para quem tem ar-condicionado, a manutenção correta é imprescindível. “O mesmo se aplica ao aspirador de pó e àqueles robozinhos que estão bombando na internet. Poucas pessoas trocam o filtro de ar deles, que precisa ser do tipo HEPA, capaz de captar partículas até cinco vezes menores do que a espessura de um fio de cabelo. Se não for assim, melhor passar pano úmido em vez de aspirar e jogar no ar a sujeira que estava quieta no chão”, avisa Cozac.
Nas cozinhas integradas ao living, compensa investir em um sistema de exaustão. “Uma coisa é criar memória afetiva com o cheiro do alho e das ervas refogadas. Outra é sentir cheiro de peixe pela casa”, pondera Sâmia. Odores ruins provenientes de ralos e pias também incomodam. “Ali existe muita matéria orgânica e os efeitos nos moradores dependem da exposição e da sensibilidade de cada um. As instalações devem estar em ordem e higienizadas”, completa Cozac.
Há, por fim, inimigos ocultos: os compostos orgânicos voláteis inodoros que inalamos de tintas, colas, plásticos, produtos de limpeza. “O corpo gasta energia tentando tratar isso e reage com dor de cabeça, fadiga e até doenças mais graves”, alerta Adrielly. Para ajudar a neutralizar esses elementos, uma solução ao alcance de todos, porém ainda debatida pelos cientistas, é a presença de plantas. “Não
existe tecnologia melhor do que elas, que ainda aportam apelo estético e toda a questão de reconexão com a natureza”, finaliza a arquiteta.