Engajamento dos Locatários na Performance ESG dos Ativos Imobiliários

Os fatores ESG são cada vez mais levados em consideração pelos locatários, o que os torna parte importante da gestão de ativos imobiliários. Existem diversas soluções que podem ser implementadas, de forma a se encaixarem nos diferentes tipos de operações imobiliárias. Você já sabe a importância de colocar no contrato de locação algumas cláusulas ESG?

Os gestores de ativos imobiliários estão buscando cada vez mais incorporar fatores ESG no seu processo de aquisição, desenvolvimento, operação e venda de seu portfólio.

A sustentabilidade e a temática de ESG no mercado de real estate têm um impacto enorme nas mudanças climáticas, na saúde & bem-estar das pessoas, na responsabilidade de tomadas de decisões que envolvam todos os seus stakeholders e na transparência de divulgação dos impactos dessas decisões, que resultam em última análise na forma como as pessoas interagem com o ambiente construído em que vivem, trabalham ou se divertem.

Nesse sentido, as pessoas que ocuparão e utilizarão as edificações, torres corporativas, galpões logísticos, são os verdadeiros condutores do ativo ESG e podem fazer a diferença entre pilotar uma edificação de modo a tirar proveito de todos os fatores ESG que foram planejados e implementados para funcionarem positivamente durante a operação, ou não.

Como os gestores e proprietários dos ativos imobiliários podem também contribuir para que seus locatários, na grande parte dos casos empresas que tocam suas operações dentro daquelas “quatro paredes”, se engajem e contribuam favoravelmente aos fatores ESG nas edificações que ocupam?

Aqui vão algumas sugestões de iniciativas que podem ser implementadas:

• Elaboração de um manual do locatário que explique a importância de gerenciar fatores ESG e que contenha ideias de como melhorar a performance da edificação;

• Reuniões regulares para discutir iniciativas entre proprietários ou seus gerenciadores e os locatários;

• Compartilhamento de dados ESG das áreas locadas dos locatários com o investidor e da edificação toda do investidor com os locatários;

• Newsletters com informações ESG e campanhas educacionais para mudança de comportamento dos locatários;

• Implantação de comitê ESG com representantes de diversos stakeholders;

• Realização de pesquisas de satisfação que relacionam com performance ESG e oportunidades de melhorias;

• Treinamentos e workshops sobre as funcionalidades de sustentabilidade para grandes locatários antes que eles se instalem na edificação.

Para que essas inciativas possam ser implementadas com maiores chances de sucesso, é importante que ainda durante a fase de negociações entre locador e locatário, o assunto ESG tenha espaço na pauta e cláusulas ESG possam fazer parte do contrato de locação.

Aqui também algumas ideias de cláusulas ESG no contrato de locação:

• Uma intenção para cooperar e minimizar os fatores ESG negativos e maximizar os positivos;

• Responsabilidade de dispêndio de capital em projetos ESG e partilha de economias de custo;

• Compartilhamento de dados e instalação de sub medição de energia e água;

• Compromisso que fatores ESG serão considerados na utilização de empresas sub contatadas, como por exemplo empresas de limpeza e manutenção.

João Marcello Gomes Pinto – CEO & Fundador da Sustentech