Passamos cerca de 90% do tempo dentro de algum ambiente construído, o que faz dos locais onde moramos, trabalhamos e nos divertimos, comprovadamente de longe, os maiores responsáveis pela nossa saúde física, emocional e mental. Segundo o CDP, Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA, o ambiente físico e social contribui para nossas doenças mais do que nossos hábitos, cuidados médicos e genética juntos!
Enquanto os investimentos em ESG ganham força na medida que investidores exigem responsabilidade de empresas, historicamente, investimentos em saúde são pouco representados no “framework” ESG. Mas o cenário está mudando…
A bolsa de Hong Kong anunciou requisitos ESG obrigatórios para quatro fatores ambientais e oito sociais e de saúde. Inúmeras contas estão forçando a Comissão de títulos e câmbio dos EUA (SEC) a expandir reporte de gerenciamento de capital humano. Agências de normalização, como a SASB e IIRC, estão expandindo as métricas de capital humano para incluir o bem-estar dos trabalhadores.
Por causa do impacto econômico da pandemia do COVID-19, as conexões entre a saúde da população e a economia nunca foram tão claras. Antes considerada o S (saúde) invisível nos relatórios de Ambiental, Social e de Governança (ESG), a saúde agora é a peça central que sustenta todo o ESG e desempenhará um papel fundamental na forma como as empresas e os acionistas avaliam onde investir nos próximos anos. De onde estamos, o futuro do investimento é investir na saúde.
As empresas estão sendo colocadas sob o microscópio como nunca antes em relação às questões de saúde pública e à maneira como tratam seus funcionários. O problema COVID-19 está dando o caminho para integrar um entendimento mais sistemático e holístico da saúde no que se refere ao mercado. Esta crise demonstrou a materialidade da saúde pública.
Uma coisa é clara: investir em saúde significa investir no bem-estar do melhor recurso de uma empresa – suas pessoas. Os mercados globais estão focados na importância da saúde humana e como o bem-estar afeta as economias em todo o mundo – não há como voltar atrás. As estratégias de investimento devem levar em conta a saúde ou serão deixadas para trás.
Investir com foco em saúde e bem-estar não é apenas um benefício para trabalhadores e pessoas, mas também para o resultado final do negócio. As empresas que priorizaram a saúde em crises financeiras anteriores viram menor desgaste dos funcionários, maior produtividade e maior satisfação no trabalho, o que lhes permitiu enfrentar com sucesso a tempestade. Ter essa nova lente sobre o que as empresas estão fazendo, como estão tratando os funcionários, se têm políticas de saúde mental em vigor, tudo isso fará parte da conversa daqui para frente – sem dúvida.
Quando se trata do ambiente de trabalho, dos escritórios, precisamos lembrar que em boa parte das empresas, enquanto a energia representa em média 1% dos custos da empresa, e o aluguel 9%, as pessoas representam 90% com seus salários e benefícios. Portanto, investir no ambiente construído para gerar saúde e qualidade de vida para suas pessoas, é garantia de retorno de investimento para as empresas e investidores, como se comprova a seguir:
Neste mundo em rápida mudança, nunca foi tão importante para as empresas priorizar seu principal ativo – a saúde e a felicidade de seu pessoal. Empresas que estão fazendo isso e conseguem comprovar através de métricas utilizadas em certificação de edifícios saudáveis comprovam:
Investir no ambiente de trabalho que propicie saúde e maior qualidade de vida, gerenciando fatores como qualidade do ar interno, qualidade da iluminação, qualidade acústica, poluição eletromagnética, qualidade da água, acesso a natureza, atividades físicas, alimentação saudável, dentre outros, parece ser o caminho mais curto e eficaz para transformar a saúde e qualidade de vida de nossos colaboradores e da nossa sociedade.
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por João Marcello Gomes Pinto – CEO & Fundador da Sustentech