Mais de vinte e quatro países, incluindo o Brasil, juntaram-se à parceria Buildings Breakthrough lançada na COP 28, comprometendo-se com a visão de que edifícios resilientes com emissões quase zero serão o “novo normal” até 2030.
Em um evento de lançamento em Dubai, líderes globais afirmaram que a campanha, liderada pela França e Marrocos, enfatizou a atenção crescente que o setor de construção está recebendo nas negociações internacionais na cúpula climática da COP 28.
“O objetivo é muito simples: edifícios com emissões líquidas zero e resilientes até 2030”, disse Inger Andersen, subsecretária-geral da ONU e diretora executiva do Programa Ambiental da ONU, que está coordenando o programa. “Temos códigos de incêndio em todos os países para a construção de nossos edifícios. Por que não temos códigos de eficiência e emissões líquidas zero?”
Representando os Estados Unidos no evento, o Assessor Nacional de Clima Ali Zaidi disse que a modernização dos edifícios é “não apenas uma oportunidade para reduzir nossas emissões, mas realmente para melhorar a qualidade de vida – qualidade do ar interno, contas de energia mais baixas. Esta é a oportunidade que temos para oferecer aos nossos cidadãos.”
Na sua essência, o Buildings Breakthrough é um compromisso dos países de estabelecer metas de emissões líquidas zero e de resiliência para edifícios, ao mesmo tempo em que adotam ações concretas para alcançar essas metas. A iniciativa abrange tanto novas construções quanto projetos de grandes reformas. Ela define edifícios com emissões quase zero como altamente eficientes em termos energéticos e com uma baixa pegada de carbono ao considerar as emissões do ciclo de vida completo, incluindo materiais de construção. Edifícios resilientes são definidos como estruturas projetadas, construídas e operadas para enfrentar as condições climáticas futuras.
Entre as iniciativas de apoio ao Buildings Breakthrough está o programa Building Capacity for Sustainable and Resilient Buildings da ICC, que pede que os signatários se comprometam a adotar códigos de energia para edifícios alinhados com os objetivos climáticos globais e a construção de edifícios novos com emissões zero até 2030.
“Nos Estados Unidos, o [foco] tem sido nos códigos de construção”, disse Zaidi, destacando os mais de US$ 1 bilhão no Inflation Reduction Act para ajudar estados e governos locais a adotar e implementar códigos atualizados. “Quando pensamos em códigos de construção, pensamos em mitigação e resiliência, em edifícios novos e existentes.”
A administração do governo Norte Americano já tomou várias medidas para se alinhar com o objetivo do Buildings Breakthrough, incluindo a elaboração de uma definição federal proposta para um edifício de zero emissões que exige que esses edifícios sejam altamente eficientes em termos energéticos, livres de emissões no local e alimentados exclusivamente por energia limpa. O presidente Biden também emitiu a Ordem Executiva 14057, um amplo plano de sustentabilidade para edifícios e operações federais que inclui uma série de disposições de “compra limpa” e uma meta para que todos os edifícios federais tenham emissões líquidas zero até 2045 (e uma redução de 50% nas emissões de edifícios até 2032).
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Por Ben Evans, via USGBC