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Sustentabilidade – Sempre dá certo, fazer o certo!

Publicado em 25 . 04 . 2024

Estaremos, mensalmente, juntos nesse “cantinho” Sustentabilidade – Sempre Dá Certo, Fazer o Certo! – onde falaremos de “cases” sustentáveis que trouxeram benefícios para o meio ambiente, sociedade e economia. Convido a todos para enviarem textos contanto experiências vividas, ou que tiveram conhecimento e, que puderem ser divulgados, que iremos editar e compartilhar neste espaço.

Gostaria de iniciar, apresentando uma experiência pessoal, que vivi quando fui convidado para ajudar no processo de organização e construção de uma nova CULTURA ORGANIZACIONAL do Banco Real ABN AMRO, organização resultante da aquisição do Banco Real pelo ABN AMRO Bank. Neste período colaborei como responsável pela Área de Infraestrutura e Logística.

Uma das primeiras coisas que fizemos ao assumir nova posição no Banco Real ABN AMRO, foi implantar o “Programa de Otimização de Processos e Redução de Custos”. O projeto tinha objetivo de iniciar a criação de uma mentalidade de busca da melhoria contínua (EXCELÊNCIA e EFICIÊNCIA), e fortalecer o espírito de trabalho em equipe, através da construção de um clima de respeito, confiança e colaboração na Área de Infraestrutura e Logística. Era um processo “debaixo para cima”, onde todos os colaboradores foram convidados para apresentarem ideias, que juntamente com o pessoal do grupo de Planejamento & Custos, analisavam a viabilidade e estruturavam o projeto. Os projetos eram inicialmente apresentados pelos colaboradores que propuseram, e posteriormente gerenciavam a implantação e as evoluções eram relatados e acompanhados, em reuniões mensais, por todos os colaboradores da Área, que eram convidados para participar. Nos encerramentos, comemorávamos os aniversários do mês com um coquetel e música.

Dentre estes projetos sugeridos, tinha um da conta de Postais, que previa a revisão de todo o processo de emissão de correspondências do banco e, pela complexidade, necessitava a contratação de serviços de consultoria externa. Quando analisado, junto com o grupo de Planejamento & Custos, embora as ações estudadas fossem excelentes tecnicamente, não conseguíamos dados históricos confiáveis para elaborarmos um estudo com qualidade e confiabilidade suficiente. Em um almoço com o Vice-presidente Executivo da Área Operacional, falei com ele deste processo, apresentei os detalhes e disse que acreditava que deveríamos seguir, mas que não conseguiria garantir o retorno financeiro do investimento dentro das taxas de interesse do banco. Ele pensou um pouco e disse: “Vamos seguir com este projeto!” Fiquei admirado, pois o mercado sempre o reconheceu pelo seu rigor nas análises de negócios. Vendo a minha cara de hesitação, completou: “tá tudo bem estudado, está tudo certo… sempre dá certo, fazer o certo!”

Sempre vou me lembrar desta conversa. Já tinha lido esta frase repetida centena de vezes pelo Dalai Lama, mas nunca imaginaria sendo proferida por alto executivo da área financeira, que foi presidente e vice-presidente de vários grandes bancos.

O Programa de Otimização de Processos e Redução de Custos foi muito bem, reduziu em mais de 20% as despesas anuais, que eram superiores a R$ 1,2 bilhões e ajudou muito na construção da mentalidade de melhoria contínua e da cultura da confiança e colaboração.

O Projeto Postais também foi muito bem. Foi o projeto que conseguiu o maior percentual de redução de despesa, superior a 40% (um baseline de R$ 146 milhões/ano). Como esperado, erramos na previsão, essa economia excedeu em 50% o valor adotado no estudo de viabilidade, isto devido ao nosso conservadorismo, amplificado pela falta de uma base de dados histórico que tínhamos.

Por este projeto, envolver muitas áreas do banco, contribuiu fortemente para a integração dos diversos departamentos e reforçar a empatia e trabalho em equipe, virtudes foco na formação da nova cultura do Banco. Outro aspecto importante, o meio ambiente comemorou fortemente os resultados do projeto: 1.- Quase 20 mil arvores serão preservadas anualmente; 2,- Houve uma redução significativa de emissão de CO2, face a não necessidade de transporte anual de uma grande quantidade de cartas (o Banco enviava, aproximadamente 140 milhões de correspondência/ano, que se fossem colocadas lado a lado, cobririam o litoral brasileiro quatro vezes).

Para encerrar, gostaria de reiterar o convite para, caso tenham experiências ou conhecimentos de “cases” onde tomaram uma decisão baseado no fato de ser uma coisa CERTA a fazer e os resultados foram excelentes, e puderem ser divulgados, envie para nós, que vamos divulgar.

Até a próxima edição. Abraços!

 

Por Nelson Kawakami

Eng. Naval pela Escola Politécnica – USP, pós-graduado/especialização/CEAG em finanças e engenharia pela FGV/EPUSP.
Atuou como Presidente, Diretor e Executivo em grandes empresas nacionais e internacionais (METRÔ, ABN AMRO Banco Real, Banco Itaú, ITAUSA – ITAUPLAN, Rhodia) e como consultor no Governo do Estado de São Paulo (Assuntos Estratégicos).
Ex. CEO do GBC (Green Building Council Brasil), trabalhou 10 anos desenvolvendo projetos de eficiência energética (Pioneiro em Cogeração), fontes alternativa de energia, uso racional de água e tratamento de resíduos. Pioneiro em Certificação LEED e ISO 14.001 para edifícios. Professor e Consultor nas áreas de Sustentabilidade (ESG), Liderança, Equipes de Alto Desempenho e Planejamento Estratégico.
Autor dos livros: “Sustentabilidade Corporativa, Cultura da Sustentabilidade e Alto Desempenho , Liderança – Sustentabilidade e Alto Desempenho, Equipe – Sustentabilidade e Alto Desempenho e Pessoas Certas

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