Não há lugar como nosso lar, não é mesmo? No conforto de nossas casas nós relaxamos, convivemos em família, recebemos os amigos e até trabalhamos! Como se vê, a relação das pessoas com a moradia está em constante transformação. Assim, mais do que incorporar boas práticas, as empresas do setor também precisam refletir o incansável processo de elevação do nível técnico das construções, em que o investimento em inteligência de engenharia e arquitetura viabiliza a inovação e tecnologia, maximizando o desempenho em eficiência, conforto, qualidade, resiliência e sustentabilidade. É o próprio futuro da certificação residencial.
Trata-se de um conjunto de regras que conduzem o empreendimento a melhores resultados, tanto aos incorporadores quanto aos moradores. A estrutura da certificação torna tangível aspectos econômicos e viabiliza as boas práticas ESG, ou seja, ambientais, sociais e de governança em projetos da construção civil.
A versão 3 da Certificação GBC Casa & Condomínio, em desenvolvimento pela nossa equipe, está alinhada com os principais indexadores e taxonomia consideradas pelas instituições financeiras. Com base em diversos projetos já certificados, destaca-se os seguintes benefícios aos incorporadores:
Em relação aos moradores, destacam-se:
Projetos que se adequam a estes conceitos recebem um selo que atesta estas condições – um facilitador e tanto na busca por mais investimentos e recursos. Ter uma certificação reforça essa preocupação com o bem-estar das pessoas em suas moradias.
Mas o que ocorre quando o próprio sentimento em relação à casa passa por mudanças?
Estimativas indicam que as pessoas passam 90% de sua vida dentro de edifícios – e dois terços deste tempo em seus próprios lares. Não à toa, a qualidade da moradia é um ponto central no debate sobre saúde e bem-estar, influenciados pelo conforto térmico, acústico, luminoso, qualidade do ar, biofilia e outros assuntos alinhados ao movimento de Green Building. Garantir que as residências estejam adequadas aos novos desafios é fundamental para promover empreendimentos vantajosos à sociedade, sempre em consonância com os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU.
Do ponto de vista ambiental, trata-se de um setor que se destaca como um dos principais extratores de recursos naturais – e um grande consumidor durante a fase de uso. No Brasil, metade de toda a energia elétrica é consumida nas edificações. É uma conta que precisa ser equilibrada. Estima-se, por exemplo, que as moradias sejam responsáveis por 17% a 21% de toda emissão global de carbono. No Brasil, este percentual é reduzido por conta da matriz elétrica renovável. Porém, considerando que o consumo de eletricidade, água e demais recursos naturais para o planejamento, construção e eventual uso do imóvel após a entrega das chaves, ainda é um dos principais entraves para a meta global de carbono zero até 2050 e podemos avançar nessa agenda, evidenciando a liderança do Brasil no tema.
Em contrapartida, também é projetado que será necessário ter mais de 2 bilhões de moradias nos próximos 75 anos para dar conta do aumento populacional. O futuro da certificação residencial passa, portanto, em solucionar essa equação de oferecer mais casas com qualidade ao mesmo tempo em que se reduz o impacto delas no meio ambiente.
Porque não se trata apenas de construir e entregar moradias; é necessário promover qualidade de vida. Empresas do setor de construção civil precisam entender as novas necessidades dos consumidores para entregarem aquilo que a sociedade pede atualmente.
Até pouco tempo atrás, buscar selos de boas práticas ambientais e sociais na construção e reforma de casas era desejo de determinados segmentos envolvidos. Era a partir da vontade quase que isolada de incorporadoras, construtoras ou administradoras de condomínios que os projetos buscavam este tipo de reconhecimento. Entretanto, o futuro da certificação residencial passa por uma mudança significativa que envolve todo o ecossistema da construção civil.
Começa, por exemplo, pelo topo da cadeia, com os investidores e instituições financeiras que concedem crédito a diversos projetos imobiliários. Com base estudos de caso, o GBC Brasil evidencia que a Certificação GBC Casa & Condomínio indica um risco menor para quem pretende investir. Quem deseja aplicar dinheiro em casas ou condomínios que não se preocupam com o descarte correto de resíduos, o uso inteligente de água, geração de energia sustentável, entre outros fatores? Ou que não investiu no projeto de modo a garantir alto desempenho operacional e conforto aos futuros moradores? Além do desperdício financeiro, pode arranhar a imagem em caso de qualquer problema ambiental e/ou social.
Assim, essa mudança passa também pelas incorporadoras e construtoras, que precisam acompanhar com extrema atenção o desenvolvimento dos projetos que assumem caso queiram acessar estes investidores cada vez mais exigentes. Não basta terceirizar funções e, posteriormente, ignorar problemas que possam surgir. É preciso assumir a obra e cuidar para que essa cadeia de valor esteja adequada às normas propostas.
E é neste ponto que as mudanças nas certificações chegam a outra ponta da cadeia da construção civil, isto é, os instaladores, fornecedores de matéria-prima, projetistas e demais serviços contratados para erguer ou reformar uma casa ou apartamento. Quem não estiver adequado às métricas de eficiência, conforto, qualidade e sustentabilidade, será descartado no momento de contratações. As construtoras e incorporadoras, que precisam cuidar da qualidade do projeto, não irão confiar em empresas e profissionais que não estejam alinhados às novas tendências.
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O futuro da certificação residencial passa, principalmente, por uma mudança de conceitos em suas regras e normas. Não se trata de alterar o objetivo final, que segue o mesmo de proporcionar moradias seguras e com qualidade, mas de envolver novos aspectos que dizem respeito ao setor. Conheça as categorias da Certificação GBC Casa & Condomínio:
Diante de tantas discussões relacionadas à pressão sobre os recursos naturais, a necessidade de melhorar a resiliência em nossas cidades, a busca por projetos mais prósperos e a preocupação cada vez maior de lares adequados aos novos tempos, o futuro da certificação residencial não é algo que vai demorar para acontecer. Pelo contrário, é um movimento que já acontece no mercado e coloca as empresas em grande expectativa.
Por isto mesmo, o GBC Brasil está realizando uma série de mudanças em sua Certificação Casa & Condomínio para atender estas novas necessidades das empresas do setor e oferecer ainda mais qualidade e bem-estar aos projetos imobiliários. A proposta segue a mesma de certificar e auditar as boas práticas, mas com novos itens de avaliação e uma nova nomenclatura para facilitar a implementação.
Quer saber mais sobre as nossas certificações? Acesse: www.gbcbrasil.org.br