Nesta semana tivemos a oportunidade de conversar com o Diretor de Controle e Meio Ambiente da Honeywell, Ernesto Ghini. Veja como foi:
1 – Ernesto, recentemente no evento realizado pela Honeywell a conclusão de maneira simplória é que a crise contribuiu para que a operação das edificações seja considerada um dos fatores predominantes na elaboração de um projeto. Podemos dizer que a crise é positiva?
Não acho ideal dizer que qualquer crise seja “positiva”, no entanto, é fato que a crise levou a todos os operadores e/ou usuários a buscar alternativas e soluções desde o nascimento de um projeto até a operação de uma edificação. Podemos dizer, sim, que a crise levou à conscientização das pessoas de uma maneira geral e que isso acabou favorecendo alguns setores que auxiliam na implementação de soluções para maior eficiência e economia.
2 – O senso comum quando pensamos em automação x eficiência, é de que precisará de altos investimentos. Porém, quando associamos a produtividade dos colaboradores, esse payback se torna muito mais atrativo e auxilia na argumentação para o investimento. Poderia comentar sobre esse assunto?
A solução tem que ser idealizada de acordo com a necessidade do cliente, não existe um “pacote pronto de oferta” que possa ser considerado. Um projeto de automação bem feito leva a um bom retorno sobre o investimento feito, com aumento na eficiência de operadores, economia de energia, água, melhoria na qualidade da operação e utilização, enfim, tudo tem que ser bem projetado para que o investimento seja adequado à necessidade do cliente, e obviamente, para a avaliação do payback não pense em analisar uma simples conta de energia elétrica e achar que isso pagará todo o investimento, há que pensar no todo, na redução da manutenção, no aumento da eficiência das máquinas como um todo e produtividade dos colaboradores.
3 – A introdução das Certificações acarretou numa quebra de paradigma significativa na percepção dos projetos. Onde passou questionar os projetos que eram considerados obra de arte, porem que não contemplavam o bem-estar do usuário e a performance. O mesmo aconteceu com a automação, que passou de um “sistema de luxo” para uma solução focada e condicionante para eficiência, qualidade e gestão de uma edificação. Qual será o próximo paradigma a ser quebrado na área de automação?
Ainda temos alguns paradigmas a serem quebrados, um deles é o paradigma que a automação é um “mal necessário”, que infelizmente, muitos investidores ou até mesmo proprietários ainda enxergam dessa maneira. E depois outras certificações que ainda estão iniciando, que são aquelas focadas especificamente na saúde e no bem-estar do usuário da certificação. A certificação Well é um ótimo exemplo, temos apenas uma empresa certificada na América Latina, que para nossa felicidade está no Brasil, ou seja, é um grande paradigma a ser quebrado!