Superfícies frias, conceitos e aplicações!
Os telhados frios possibilitam que os engenheiros civis, arquitetos e os formuladores de políticas públicas possam otimizar o desempenho energético e ambiental de um edifício ou um ambiente urbano, dependendo do uso, design, meio ambiente e o microclima do em torno.
Este conceito pode ser mais amplo quando nos referimos a superficies frias – paredes e telhados de edificações – tendo como principal característica a capacidade de refletir a radiação solar (refletância solar) e de emitir o calor absorvido (emitância no infravermelho), contribuindo assim para a redução da temperatura da edificação. As superfícies frias surgiram da necessidade de redução da energia necessária para o conforto térmico em edifícios e áreas urbanas. Trata-se de tecnologia de baixo custo, que deverá colaborar para melhorar o conforto e reduzir o consumo de energia do Brasil.
Uma superfície fria é caracterizada por refletância solar superior em relação a um material convencional de mesma cor assim como a capacidade de emitir o calor absorvido. Estes produtos, que possuem características de superfícies frias, podem ser aplicados em edifícios residenciais, estruturas industriais, edifícios comerciais, hospitais e escritórios.
Internacionalmente as superfícies frias têm recebido maior foco em telhados, denominados “Cool Roofs”. Os Estados Unidos, por exemplo, gastam cerca de 1/6 da sua energia elétrica gerada para o condicionamento de edifícios. O programa Energy Star classifica produtos e pode ajudar na redução de até 15 % da demanda de condicionamento nos horários de pico. Na Europa o desenvolvimento de um programa de classificação para esses produtos e materiais é realizado pelo European Cool Roofs Council. Nos Estados Unidos foi criado em 1998 o Cool Roof Rating Council para desenvolver métodos precisos e confiáveis para avaliar e rotular a refletância solar e emitância térmica (propriedades radiativas) de produtos de coberturas e de divulgação da informação a todos os interessados.
No Brasil foi lançado em 12 de março de 2015 durante a FEICON BATMAT, o Consórcio Brasileiro de Superfícies Frias – CBSF. Este consórcio tem o objetivo de criar condições técnicas e institucionais para que os produtos frios que cheguem ao mercado tenham excelente desempenho aliado a uma alta durabilidade nas condições mais adversas, que incluem incidência direta de radiação solar, água, umidade e micro-organismos.
Em parceria entre a Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli USP) e a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), quatro empresas líderes de mercado da cadeia de construção civil (Arkema, Brasilit-Saint-Gobain, Dow, Eternit-Tégula), o consórcio tem o apoio do Green Building Council Brasil (GBC Brasil) e do Conselho Brasileiro de Construção Sustentável (CBCS) e associação com a TESIS. O Consórcio tem como finalidade definir condutas e normas de qualidade para o desenvolvimento de soluções e produtos que atendam à necessidade de adoção de práticas, processos e recursos que promovam a eficiência energética e, consequentemente, a redução do consumo de energia em condicionamento.