A importância do envolvimento do setor público para o desenvolvimento em escala no setor da construção sustentável.
Muitos países já entendem a importância de investir e fomentar a sustentabilidade através de políticas públicas. Incentivos financeiros, redução ou isenção de impostos, linhas de créditos a específicos com taxas coerentes para projetos sustentáveis são alguns dos exemplos básicos que as entidades governamentais podem proporcionar para a sociedade como um todo.
No Brasil, esta demanda de incentivos para construção sustentável ainda é feita de forma muito tímida. Apesar de o país se encontrar em 4º lugar no ranking dos países com maior número de certificações LEED – crescimento este que se deve, quase que exclusivamente, ao trabalho e investimento da iniciativa privada, – atualmente são poucas as políticas de incentivos consistentes, principalmente financeiros, que permitam proporcionar um avanço em grande escala.
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Outro bom exemplo interessante na cidade é a exigência de um Plano de Gerenciamento de resíduos em todas as construções, que já reduziu significativamente a quantidade de resíduos gerados nessas obras e facilitou a implementação de mais duas usinas de reciclagem de entulho na cidade. “Só isso já representa um combate a desperdício e as próprias empresas acabam entendendo que é dinheiro que elas simplesmente jogavam fora por desperdício desses materiais”, enfatiza.
Segundo o prefeito de Bauru, o Brasil tem bons exemplos na área de certificação ambiental tanto na construção, como o LEED, quanto em outros setores como é o caso da certificação FSC para madeira, certificação de produtos orgânicos, certificação ambiental de produtos. “Essa transição, de um mundo que não é sustentável para um mundo mais sustentável, a certificação é um ingrediente sensacional, e que tem um grande poder de transformação. As pessoas vão cada vez mais trabalhar para viabilizar esse tipo de certificação”, afirma. “Algumas cidades que temos observado com muita atenção é o caso, por exemplo, de Salvador, onde os prédios certificados têm, inclusive, incentivos fiscais. Estamos avaliando tudo que possamos adotar também em nossa cidade”, acrescenta.
Rodrigo afirma que é preciso trabalhar para que essa transição aconteça de forma mais rápida possível, pois se consome os recursos do planeta em uma velocidade maior do que a natureza consegue repor. Ele ainda acrescenta que é muito importante que as construções sejam sustentáveis durante todo o seu ciclo, desde a fase de produção até a fase de demolição, construções inteligentes que não tenham desperdício de água e de energia, que são dois recursos naturais importantíssimos dentro de todo o processo onde se discute essa agenda verde. “Nós estamos trabalhando isso desde 2009, uma série de medidas e agora o nosso código de obras na nova lei de zoneamento vão trabalhar muito esta questão de ter uma cidade sustentável e as construções nesta mesma linha”, diz.
Matéria retirada da 9ª edição da Revista GBC Brasil.