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Programa levará energia solar e eficiência energética para 180 escolas municipais no Estado do Paraná

Publicado em 12 . 09 . 2019

O Green Building Council Brasil comemora a implantação do Programa Zero Energy, com o Governo do Estado do Paraná, que visa a transformação das cerca de quatro mil escolas existentes em todo o Estado em autossuficientes em energia

 

O Green Building Council Brasil e o Governo do Estado do Paraná, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Urbano e de Obras Públicas (SEDU), o Serviço Social Autônomo Paranacidades e a Agência de Fomento do Paraná assinam um memorando de entendimento para a readequação energética e produção de energia elétrica solar em 180 escolas em seis municípios do Estado. Batizado de Programa Zero Energy, a meta é expandir a iniciativa para as quatro mil escolas do Estado para que elas gerem 100% de toda a energia necessária para a operação, tornando-as autossuficientes. A elaboração dos projetos foi iniciada e o investimento para a execução está garantido pela Agência de Fomento do Paraná.

Quando as primeiras 180 escolas estiverem operando, o Brasil será uma das principais lideranças desse movimento de edificações autossuficientes em energia, com destaque ao Estado do Paraná, ficando atrás apenas do estado da Califórnia, nos Estados Unidos, que soma mais de 300 escolas com o mesmo perfil de projeto.

De acordo com o GBC Brasil, a potência dos painéis fotovoltaicos será de 9 MW. Logo no primeiro ano de operação, a perspectiva é de que sejam economizados quase R$ 9,5 milhões, somando as reduções obtidas por meio das medidas de eficiência energética nas escolas públicas do estado do Paraná.

Trata-se de uma iniciativa de referência aos estados brasileiros, como também aos demais países, pois está alinhado aos objetivos de desenvolvimento sustentável estabelecido pela ONU, e que comprovam a maturidade e experiência dos profissionais e empresas do Brasil em matéria de construções sustentáveis.  Trata-se de edificações autossuficientes em energia viabilizados financeiramente por uma conjuntura de políticas públicas de fomento com conhecimento técnico na conceituação de projeto, abrindo espaço à inovação.

Segundo Felipe Faria, diretor executivo do Green Building Council Brasil, a elevação técnica gradativa no que se refere à conceituação de projetos eficientes e a experiência das equipes envolvidas permite a promoção de edificações autossuficientes com viabilidade financeira. “Isto nos motivou a aceitar o desafio da ONU em criar a certificação de desempenho GBC ZERO ENERGY. Essas escolas, assim como outros projetos que possuímos na iniciativa privada, no prazo corrido de 12 meses possui o equilíbrio entre a quantidade de energia elétrica consumida e gerada”, explica Faria.

 

Para o Secretário de Desenvolvimento Urbano e de Obras Públicas (SEDU), João Carlos Ortega, que esteve presente na reunião que simbolizou o início do Programa, a integração entre os diferentes órgãos do governo para viabilizar a iniciativa foi determinante. “O Governo deve unir esforços, atuar em conjunto com a sociedade e, assim, inovar e promover as melhorias na vida da população”, declarou Ortega.

 

 

Processo de implantação e operação – O primeiro passo para o início do projeto se dará por meio da análise das necessidades de energia de cada unidade, bem como a substituição dos equipamentos atuais por tecnologias mais econômicas, como a troca das lâmpadas convencionais por LED e a readequação do ar condicionado, grande vilão no gasto de energia elétrica. O segundo passo será o projeto de geração de energia fotovoltaica “on site” para cada escola, que será entregue aos municípios participantes da primeira etapa do Programa. Tanto o diagnóstico quanto os projetos seguirão todos os quesitos técnicos do edital do Programa de Eficiência Energética, da Companhia Paranaense de Energia (COPEL). Em posse do documento, o município irá encaminhar, por meio do SEDU, a solicitação de recursos à Fomento Paraná.

Já o Paranacidades será o responsável pelo encaminhamento, apoio técnico e fiscalização do processo das obras. Após a finalização das adequações e início das operações, serão feitas aferições periódicas para saber se, ao longo dos 12 meses seguintes, a unidade escolar comprovou que o consumo de energia da operação foi zerado por uma combinação de eficiência energética e geração de energia por fonte renovável, fato que garantirá à escola a certificação GBC Zero Energy. A estruturação das parcerias entre todos os agentes envolvidos no Programa ficou a cargo do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Estado do Paraná (CREA-PR).

Iniciativa socioeducativa – A readequação das unidades escolares vai além da modernização. “Ao implementar o modelo de energia limpa nas instituições de ensino, cria-se uma conexão cultural entre as crianças e os adolescentes e a importância de preservar o meio ambiente e de poupar os recursos naturais”, diz o Diretor de Operações do Setor Público da Fomento Paraná, Wellington Dalmaz.

Mercado brasileiro e paranaense – O programa de geração de energia solar nas escolas públicas do Paraná é lançado em um momento providencial em função do desenvolvimento contínuo da geração de energia solar no país. No primeiro semestre, o Brasil superou a marca de 2 mil MW de potência operacional em sistemas de geração centralizada solar fotovoltaica, fato que colocou a fonte solar na 7ª posição na matriz energética brasileira. De acordo com números do setor, o Paraná é o 6º Estado que mais produz energia solar distribuída (energia gerada no local do consumo) no Brasil, com 52,9 MW. Todavia, o potencial de geração de energia fotovoltaica no Paraná é de 18 GW, enquanto que a Usina Hidrelétrica de Itaipu produz 14 GW, o que indica o tamanho do mercado no segmento e o impacto que essas iniciativas podem sugerir a Agenda Econômica Nacional.

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