O Instituto Senai de Inovação (ISI) em Engenharia de Estruturas, em Maringá, acaba de receber a certificação LEED Platinum. A edificação é a 3ª do Senai-PR certificada LEED, junto com o ISI Eletroquímica e o Senai Celso Charuri, ambos em Curitiba. No sistema nacional, a Fiep e o Senai-PR são as únicas entidades com unidades certificadas LEED Platinum, até o momento.
“O selo atesta que a edificação foi construída seguindo as premissas de sustentabilidade e eficiência, reduzindo os impactos da obra no meio ambiente e gerando economia em energia e água, além de conforto aos ocupantes”, explica Bruno Martinez, diretor técnico da Petinelli, empresa de consultoria em sustentabilidade para a certificação de edifícios LEED e WELL.
Inaugurado em setembro de 2019, o ISI Engenharia de Estruturas, em Maringá, tem 3.746,02 metros quadrados de área útil, sendo 21 salas para o funcionamento dos laboratórios, quatro salas administrativas e áreas de apoio, além de uma área de 1.105,12 metros quadrados de terraço para receber as futuras expansões.
“A evolução de um produto tem que ser dinâmica e você precisa de investimentos constantes no desenvolvimento tecnológico. Os institutos dão suporte tecnológico e isso desenvolve a indústria como um todo”, destaca o presidente do Sistema Fiep, Carlos Walter Martins Pedro.
As instalações foram projetadas para oferecer acessibilidade e têm elevador, sanitários para pessoas com deficiência nos dois pavimentos, corrimão em duas alturas em todas as escadas e identificação tátil de piso, conforme normas brasileiras, além de vagas de estacionamento para pessoas com deficiência e idosos. Os meios de transporte alternativos são estimulados por meio de bicicletário coberto e com infraestrutura de chuveiros, além de carregadores para carros elétricos.
De acordo com o diretor técnico da Petinelli, Bruno Martinez, o conjunto de soluções em eficiência e a instalação de painel fotovoltaico para geração da própria energia implantadas no ISI Engenharia de Estruturas, em Maringá, resultam numa economia de 56,4%, o que corresponde a quase R$ 224 mil por ano.
O painel fotovoltaico instalado no telhado da edificação tem 224 módulos com potência instalada de 74 kW. A previsão de geração de energia anual é de 330 MWh/ano, o que corresponde a 30% da demanda total para operação da edificação. “Somente a geração de energia por meio dos painéis solares garantem uma economia de R$ 55 mil por ano em custos com energia”, destaca Martinez.
Os materiais escolhidos garantem o aumento da qualidade do ambiente interno e melhoram a eficiência energética, como o uso de telhas do tipo sanduíche com acabamento externo branco. “Elas reduzem o ganho de calor e, consequentemente, diminuem a dependência de ar-condicionado nos ambientes. Ainda, promovem o isolamento acústico, oferecendo mais conforto aos ocupantes”, explica Martinez.
Os acabamentos internos foram especificados de forma a maximizar a iluminação, proporcionando um melhor desempenho energético. Segundo Martinez, por serem mais claros, contribuem para maior reflexão interna da luz no ambiente, ampliando o potencial de aproveitamento de iluminação natural e reduzindo a necessidade do sistema de iluminação artificial.
As luminárias utilizadas são 100% LED, com menor consumo de energia elétrica. O acionamento ocorre através de sensores de presença e movimento de alta sensibilidade. Também é possível ajustar o acionamento, o nível de luminosidade natural do ambiente e o tempo de desativação via Bluetooth.
Na área de escritórios, a iluminação é dimerizável. As tomadas têm um sistema de desligamento através de programadores horários para que, no período noturno, quando não houver utilização do ambiente, parte delas fique desenergizada, evitando o desperdício de energia.
O acionamento da iluminação externa ocorre através de fotocélulas, juntamente com programadores horários em série, para garantir o acionamento apenas no período noturno e nos horários desejados. Para reduzir a poluição luminosa, foram usadas luminárias com faixo de luz direcionado para o solo, a fim de iluminar os locais de circulação e evitar desperdício.
O sistema de climatização é composto por aparelhos de ar-condicionado tipo VRF, que uniformizam a distribuição do ar nos ambientes e possuem filtros eficientes que aumentam a retenção de partículas, melhorando a qualidade do ar. Também foi projetada a renovação de ar em todas as áreas ocupadas, como nos corredores, salas de aula e laboratórios.
Na área de Tecnologia da Informação, além do atendimento do sistema central, há um backup, responsável pela refrigeração do local nos horários em que o sistema fica desligado, que é controlado remotamente pelo computador.
O diretor técnico da Petinelli, Bruno Martinez, diz que as soluções para reaproveitamento e reuso da água adotadas no ISI Engenharia de Estruturas, em Maringá, garantem uma economia de 73% para a edificação, o que corresponde a cerca de R$ 10 mil por ano.
Um dos principais itens de sustentabilidade do edifício é o seu sistema de gerenciamento de água de chuva, capaz de infiltrar 100% da água que cai no terreno. O sistema compreende a instalação de trincheiras, áreas no solo preenchidas com brita e protegidas com grelhas, que permitem o armazenamento de 240 mil litros de água que são infiltrados no solo, em vez de escoados nas galerias pluviais, evitando a sobrecarga de drenagem pública.
Do volume total de água que cai sobre os telhados do edifício, 40% é direcionado a uma estação de tratamento e depositada num reservatório com capacidade de 20 mil litros para, após tratada, ser utilizada nas válvulas de descargas e torneiras de manutenção e limpeza.
Além disso, a fachada do edifício tem um jardim vertical onde foi instalado um sistema de irrigação automático para manutenção das plantas, usando a água da chuva tratada. Martinez lembra ainda que toda a vegetação utilizada no paisagismo do entorno é nativa da região, dispensando o uso de irrigação permanente.
O ISI em Estruturas de Engenharia, em Maringá, tem torneiras com arejadores e válvulas de descarga com duplo fluxo que controlam a vazão e contribuem para a economia de água da edificação. “Esse projeto é mais uma evidência de que o Paraná lidera o Sul e o Sul lidera o Brasil quando o assunto são as construções verdes”, destaca o diretor técnico da Petinelli.