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A proibição dos carros particulares nos centros urbanos é uma boa ideia?

Publicado em 18 . 06 . 2024

Há várias cidades ao redor do mundo que têm desenvolvido planos de mobilidade sustentável nos últimos anos. Em busca de soluções para o tráfego, impacto de emissões, ruído e poluição do ar, essas cidades começaram a proibir carros, especialmente os particulares, nos centros urbanos ou em partes específicas. A proibição é justificada como uma solução rápida e eficiente para os principais problemas mencionados, mas também pode ser interpretada, por alguns, como uma declaração radical por parte do governo.

Considerando que, por muitos anos, desde o desenvolvimento da indústria automobilística, os carros eram permitidos circular livremente na maioria das cidades, tomar uma decisão desta magnitude pode, e provavelmente irá causar conflitos com a população. Sempre que o governo altera ou interfere na vida das pessoas ao remodelar seus hábitos e costumes, é necessária extrema cautela e planejamento adequado.

Sabe-se que o planejamento urbano sempre leva mais tempo do que o previsto, especialmente porque envolve um número expressivo de partes interessadas que podem interferir de alguma forma no projeto. Pensando de maneira prática, a ideia de proibir carros no centro da cidade, juntamente com o aumento do transporte público e das ciclovias, pode resolver basicamente a maioria dos problemas de tráfego que convivemos, além de melhorar as condições relacionadas à saúde da população e às questões ambientais. No entanto, o urbanismo não é uma ciência matemática exata. Toda intervenção urbana causa impacto no modo de vida das pessoas.

Como arquiteto e urbanista, minha posição geral é “sim, é uma boa ideia”. Combinando todas as informações reunidas ao longo dos anos de experiência profissional, uma cidade sustentável e saudável é aquela que pode funcionar sem a necessidade de carros particulares. Citando Gustavo Petro, “Um país desenvolvido não é um lugar onde os pobres têm carros. É onde os ricos usam transporte público”.

No entanto, como mencionado anteriormente, o planejamento das cidades envolve muitos fatores diferentes. E por essa razão, entendo que antes de aplicar a proibição dos carros nos centros, os governos devem buscar inicialmente formas de desestimular o uso do veículo pessoal, criando limites para alcançar o mesmo objetivo de maneira mais natural e não imposta.

Além de melhorar a conexão do transporte público dentro e até os centros das cidades, condição básica obrigatória, desenvolver infraestrutura para sistemas alternativos de transporte, criar políticas para proibir veículos mais poluentes, cobrar mais por estacionamentos nos centros e criar sistemas de garagens seguras à baixo custo nas estações de trem e metrô das periferias – sistema conhedico como “Park and Ride” – podem ser algumas das estratégias para tornar os carros menos atraentes. No final do dia, deve ser escolha da população não dirigir até as cidades.

E você, qual a sua opinião e que outras estratégias acharia interessante serem promovidas para limitar o uso de veículos particulares nos grandes centros?

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Por Bruno Schnellrath, Gerente de negócios da Sustentech

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