Os esforços de sustentabilidade no Brasil contribuem para melhorias na saúde e bem-estar, e colocam o país na vanguarda em matéria de edificações projetadas, construídas e operadas com base nos critérios da certificação LEED, presente em 167 diferentes países.
Hoje, o US Green Building Council (USGBC), criador do sistema LEED de classificação de edifícios sustentáveis, anunciou o ranking anual dos dez países e regiões fora dos EUA com maior área certificada LEED. A lista reconhece os mercados que estão usando o LEED para criar espaços mais saudáveis para as pessoas, além de usar menos energia e água, reduzir as emissões de carbono e economizar recursos financeiros para famílias e empresas. O Brasil ficou em 4º lugar com mais de 530 projetos certificados pelo LEED, totalizando mais de 16,74 milhões de metros quadrados brutos de espaço certificado.
“Nos últimos 25 anos, o LEED desempenhou um papel fundamental nos esforços de sustentabilidade em todo o mundo”, disse Mahesh Ramanujam, presidente e CEO do USGBC e Green Business Certification Inc. (GBCI), organismo de certificação global para projetos LEED. “Os 10 principais países e regiões representam uma comunidade global de empresas dedicadas ao movimento e profissionais da construção sustentável que estão comprometidos em melhorar nossa qualidade de vida. Um futuro melhor requer um padrão de vida universal que não deixe ninguém para trás – e que o futuro simplesmente não seria possível sem o extraordinário trabalho que está sendo feito nestes países ”.
A lista classifica países e regiões em termos de metros quadrados brutos certificados LEED até 31 de dezembro de 2018, e representa 7.797 projetos certificados, totalizando mais de 210 milhões de metros quadrados brutos de espaço. O LEED, ou Leadership in Energy and Environmental Design, é o programa de construções sustentáveis mais utilizado no mundo, com 96.275 projetos registrados e certificados em mais de 167 países e territórios. O ranking completo é:
Ranking | País/Região | Número de Projetos | Metros Quadrados Brutos |
1 | China | 1,494 | 68.83 |
2 | Canadá | 3,254 | 46.81 |
3 | Índia | 899 | 24.81 |
4 | Brasil | 531 | 16.74 |
5 | Coreia do Sul | 143 | 12.15 |
6 | Turquia | 337 | 10.90 |
7 | Alemanha | 327 | 8.47 |
8 | México | 370 | 8.41 |
9 | Taiwan | 144 | 7.30 |
10 | Espanha | 299 | 5.81 |
** | Estados Unidos | 33,632 | 441.60 |
*Metros Quadrados Brutos em milhões. Dados de Dezembro de 2018.
**Os Estados Unidos, onde LEED foi criado, não está no ranking, mas se mantém como o maior Mercado para o LEED no mundo, sendo que há inúmeras políticas públicas incentivando estas edificações nas diversas esferas de Governo”..
“Para nós, a manutenção da Quarta colocação no ranking global, mesmo enfrentando um período longo de desafios político e econômicos que afetou a construção civil é mais que uma vitória para o movimento de construções sustentáveis e nossos milhares de profissionais heróis que carregam essa bandeira com punho forte. Essa posição consolida o fato dessas edificações serem a melhor opção de negócio do mercado imobiliário. Somente as melhores opções crescem na crise. Os Green Buildings cresceram porque são essenciais, diferenciados, porque alocam os recursos com maestria, aumentam a produtividade e investem em funcionários. Os Green Buildings otimizam os canais de comunicação interno e protegem a saúde e conforto dos ocupantes. –Felipe Faria, CEO Green Building Council Brasil e Presidente do Comitê Regional das Américas pelo World Green Buildng Council.
O LEED é um símbolo de excelência reconhecido em todo o mundo e continua a elevar o nível em termos de sustentabilidade para edifícios, cidades e comunidades. Recentemente, foi lançado o LEED v4.1, a mais recente atualização do sistema de classificação, e lançou versões beta para edifícios existentes (LEED v4.1 O + M), novas construções (LEED v4.1 BD + C) e interiores (LEED v4 .1 ID + C). O LEED v4.1 enfatiza a saúde humana e integra métricas de desempenho impulsionadas pelo Arc para incentivar o rastreamento contínuo. Pesquisas recentes mostram que a construção sustentável continuará crescendo até 2021. A demanda do cliente continua como a principal razão para a construção sustentável nos EUA e a saúde e o bem-estar dos ocupantes emergiram como o principal fator social. Através do LEED, o impulsionamos o mercado em direção a edifícios com melhor desempenho que também melhoram a qualidade de vida. No Brasil, estudos científicos comprovam benefícios econômicos de valorização de metragem quadrada e melhora de ocupação.
Levantamento do Green Building Council Brasil aponta o país como um dos protagonistas no movimento de construções sustentáveis, em 2018. De janeiro a dezembro, foram 88 registros (três vezes mais que o ano anterior) de empreendimentos que pleitearam certificação LEED (Leadership in Energy and Environmental Design) ao GBC, organização que concede o selo às edificações de acordo com critérios que estimulam a eficiência energética nestes locais. No acumulado, o país possui 1.345 registros, sendo 533 certificações, em 25 estados mais o Distrito Federal.
Hoje, o país ocupa a quarta posição no ranking mundial de construções certificadas LEED, a frente de 162 países e atrás apenas de China, Índia e Canadá.
O ano passado também ficou marcado pela diversificação do perfil de imóveis que solicitaram o registro. Antes predominado por edificações comerciais de alto padrão, o selo passou a ser requisitado por outros perfis de edificação. Em 2018, as tipologias com maior número de registros foram: prédios comerciais, centros de distribuição, restaurantes, escritórios, shoppings, escolas e hospitais.
Os números do GBC Brasil, respaldados por centenas de casos de sucesso, a relação entre custo e reduções, testemunho das lideranças, e o recente estudo feito por pesquisadores da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Odilon Costa e Wesley Silva, aponta que as construções verdes são a melhor opção de negócio no mercado imobiliário. Os dados da pesquisa mostram que o reconhecimento de uma construção comercial como sendo sustentável, em São Paulo, promove uma valorização por metro quadrado na comercialização do aluguel de 4% a 8%.
“Através das certificações, conseguimos contribuir para que as equipes priorizem inovação tecnológica e de processo visando maximizar a eficiência, além de conciliar o desenvolvimento com aspectos ambientais, interesses coletivos e melhor experiência no conforto dos ocupantes”, afirma Felipe Faria, diretor executivo do GBC Brasil e presidente do Comitê dos GBCs das Américas pelo World Green Building Council.
Ainda de acordo com Faria, o movimento de construções sustentáveis demonstrou alta resiliência durante o recente período de desafios econômicos e políticos que afetou a construção civil. Já para este ano, estima-se um crescimento de 40% comparado ao ano anterior, sendo que, em janeiro de 2019, já foram registrados 10 novos projetos.
A pedido das Nações Unidas, o GBC Brasil e outros nove GBCs aceitaram o desafio de promover edificações autossuficientes. Nesse contexto, com o auxílio de especialistas e suporte do Instituto Clima e Sociedade, em 2017, o GBC Brasil criou a Certificação GBC ZERO ENERGY. O conceito é atestar que em 12 meses corridos de operação, a conta entre energia produzida e consumida pela edificação não passe de zero. Tratam-se de edificações altamente eficientes do ponto de vista energético, com geração de energia on site ou off site, e ainda se permite a compra de até 10% de Certificados de Energia Renovável (REC), que comprovam a natureza da energia que a edificação utiliza. No ano passado, foram oito pedidos de registros para esta modalidade, cinco delas já certificadas. Em dois anos, são 19 projetos registrados, com sete certificações.
Criada para ser empregada em projetos para o setor residencial, a ferramenta possui alguns pilares fundamentais que tem atraído a atenção de investidores e desenvolvedores a investirem neste tipo de empreendimento: conforto, saúde e bem estar; economia operacional e manutenção; verificação adicional de qualidade; e vantagens econômicas para investidores e proprietários. No ano passado, o GBC Casa registrou nove empreendimentos. No total, são 41 projetos registrados, sendo oito projetos certificados Já o GBC Condomínio obteve seis registros no mesmo período. No acumulado, são 19 projetos registrados, um deles certificado.
O destaque em todo Brasil é a cidade de Curitiba, apelidada por especialistas do setor como “fenômeno” nesta categoria, por concentrar o maior número de pedidos de registros no comparativo às demais regiões. Só na Capital paranaense são 12 pedidos de registros, somando as duas certificações.
“A força do GBC Brasil e a credibilidade do movimento demonstra fortes indícios que o empreendimento residencial no futuro próximo experimentará as mesmas vantagens econômicas que comprovadamente as edificações corporativas LEED possuem no segmento corporativo”,
Apenas no ano passado, o GBC Brasil registrou 22 empreendimentos na categoria LEED ID+C, voltado especialmente para projetos internos em escritórios comerciais, lojas de varejo e estabelecimentos de hospedagem, como hotéis, motéis, pousadas ou qualquer outro estabelecimento que forneça alojamento.
A certificação voltada para o interior demonstra que o movimento está mais próximo ao indivíduo, sendo que os pré-requisitos e créditos dessa modalidade de certificação promovem ambientais mais saudáveis e confortáveis ao ocupante.
Já o LEED O+M, criado para certificar edificações já existentes, ou seja, que já são estabelecidos, mas desejam se adaptar ao padrão “greenbuilding” por serem ultrapassados e grandes consumidores de água e energia, recebeu 39 pedidos de registro.