Seja como brincadeira de criança ou exercício de reflexão, todo mundo já imaginou como seria o mundo no futuro. Pensar sobre aquilo que nos espera nos próximos anos é uma ótima forma de se planejar no presente e buscar seus objetivos. Entretanto, esqueça por enquanto os carros voadores, viagens à Lua e casas inteligentes que fazem tudo o que a gente pede. O futuro, na verdade, é bem mais simples do que isso e passa pela certificação de cidades para itens que realmente impactam nossa vida, como meio ambiente, transporte e desenvolvimento socioeconômico.
Não que idealizar a tecnologia não seja importante. Pelo contrário, é por meio dela que muitas soluções se tornam possíveis. Hoje, por exemplo, as próprias casas inteligentes já são uma realidade para muitas famílias, que podem controlar praticamente tudo por meio de aplicativos e comandos de voz. A questão é que as preocupações que surgem vão além das ferramentas que já temos ou que podemos construir.
Há inúmeros desafios que se colocam à frente da nossa e das futuras gerações. As mudanças climáticas que provocam ondas de calor extremo e alteram o regime de chuvas, a mobilidade urbana dependente de veículos que utilizam combustíveis fósseis e edifícios que contribuem para a propagação de doenças são apenas alguns exemplos das barreiras que surgiram nos últimos anos – e que se mostram quase intransponíveis em um futuro próximo.
Não à toa, a tendência é ficarmos cada vez mais pessimistas com as condições de vida do futuro conforme envelhecemos, como aponta estudo conduzido pela Unicef em 2021. Crianças e adolescentes tendem a ter uma visão mais otimista do que adultos que já começam a enfrentar esses problemas em seu dia a dia.
Felizmente, é possível garantir que o futuro não seja tão complicado quanto aparenta. Uma das alternativas que ganha força é a incorporação de uma tendência já em uso na construção civil como forma de pensar e planejar os municípios e bairros. A certificação de cidades traz consigo o planejamento detalhado, a análise criteriosa de processos e a busca incessante pela eficiência e qualidade de vida em diversos aspectos do cotidiano.
Sabe o exercício de imaginação do futuro que comentamos no início? Pois é, foi exatamente assim que surgiu a proposta de certificação de cidades. A lógica era simples: se já existia algo semelhante para o mercado de construção civil, capaz de analisar e orientar os projetos de reforma ou de construção, por que não replicar para o gerenciamento de uma cidade, que também precisa manter ou criar coisas novas todos os dias?
Diversas instituições e órgãos públicos se debruçaram sobre este tema ao longo das últimas décadas para levantar o que uma “cidade do futuro” deveria ter para garantir bem-estar e qualidade de vida às pessoas. O resultado foi a criação de programas de certificação centrado na sustentabilidade, mas não focada apenas no tema ambiental, mas em seu sentido mais amplo, abrangendo itens como mobilidade, geração de empregos, uso de água e recursos naturais e até capacidade de inovação.
Dessa forma, o poder público passa a ter métricas modernas de avaliação de sua capacidade de promover um desenvolvimento socioeconômico às empresas e população. Por meio delas é possível orientar políticas públicas, decisões e ações para garantir que todos possam ter uma vida digna hoje e, principalmente, amanhã diante dos desafios futuros.
Evidentemente que certificar um único edifício, por maior que seja ele, é diferente do que avaliar uma região inteira – por menor que seja ela. A certificação de cidades possui uma complexidade diferente, o que requer peculiaridades que uma obra não tem. Afinal, não se trata de um único projeto, mas de um “organismo vivo”, isto é, que vive em constante mutação de acordo com os interesses e necessidades de sua população.
Isso implica, portanto, que há políticas instituídas há muito tempo e que precisam ser respeitadas, independente da urgência ou vontade de quem está no comando.
Porém, é uma forma de oferecer um guia de ação para o município se adequar aos novos problemas e, claro, buscar soluções que não impactem a qualidade de vida das pessoas. É como se fosse uma lupa que permite enxergar quais áreas exigem maior atenção e quais já se destacam. Esse monitoramento ajuda na formulação de um planejamento estratégico a médio e longo prazo, atingindo resultados melhores a cada ano.
Além disso, confere à cidade um “selo verde” de respeito ao meio ambiente e de responsabilidade com o desenvolvimento socioeconômico. Em um mundo cada vez mais orientado pelas práticas socioambientais, é uma forma da região se mostrar atrativa para a instalação de empresas multinacionais e, consequentemente, para maiores investimentos. No futuro, o tão desejado progresso acompanha o cuidado com o meio ambiente e o bem-estar social das pessoas.
Portanto, quais são os requisitos que as ‘cidades do futuro’ deverão ter? Quais os pilares de avaliação da certificação de cidades? Atualmente são nove fatores. Confira cada um deles:
A certificação de cidades pode até parecer um tema novo aqui no Brasil, mas o GBC Brasil já trouxe o tema para cá graças ao LEED for Comunities and Cities, selo dedicado exclusivamente à análise de bairros, distritos e cidades inteiras. Ele incorpora a expertise e a fama do LEED (Leadership in Energy and Environmental Design), principal programa de certificação para o mercado de construção civil.
Totalmente alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, ele envolve uma estrutura capaz de avaliar tópico por tópico e categorizar as cidades dentro de quatro categorias: simples, prata, ouro e platina – o nível mais alto de certificação. Atende tanto cidades já existentes quanto aquelas que são planejadas.
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