Quando se fala em certificação ambiental de residências, a grande maioria das pessoas pensa apenas em imóveis de alto padrão, acostumados com os mais diferentes recursos para economizar recursos naturais. Entretanto, a Comunidade do Aço no Rio de Janeiro mostra que ter o reconhecimento de boas práticas ambientais e sociais é fundamental para qualquer tipo de construção – principalmente os projetos de habitação social.
A região, que está sendo revitalizada a partir do trabalho executado pela Dimensional Engenharia, apostou justamente na obtenção de selos ambientais para comprovar e atestar o respeito às normas em relação ao meio ambiente e à promoção do desenvolvimento social e sustentável, tanto no planejamento quanto na construção e eventual utilização dos imóveis pelos futuros moradores.
Das quatro certificações que o projeto busca, destaca-se o GBC Condomínio, a certificação residencial do Green Building Council Brasil.
Com este selo, o empreendimento será entregue à população respeitando a máxima eficiência em relação aos recursos naturais, principalmente no consumo de água e de energia e na emissão de carbono durante a fase de planejamento e construção. Depois, já na utilização do imóvel, também proporcionará maior conforto, bem-estar e qualidade de vida aos moradores, promovendo um grande impacto social na região.
Como parte da estratégia para alcançar esta certificação ambiental, o projeto incorporou diversas ações até então incomuns para empreendimentos deste tipo. Entre elas estão a geração de energia solar, chuveiros e torneiras com restritores de vazão, descargas de duplo fluxo, janelas que facilitam a iluminação e ventilação natural, materiais de alta refletância solar e isolamentos térmicos na cobertura, além de uma usina solar que fornecerá energia às áreas comuns – e que irá abater cerca de 60% do valor da conta de energia dos moradores.
A iniciativa na Comunidade do Aço, portanto, não tem precedentes em relação aos projetos de habitação popular. No Rio de Janeiro, por exemplo, apenas edifícios de alto padrão em bairros nobres da cidade possuem certificados ambientais desde o planejamento da obra. Este projeto abre um novo leque de oportunidades para o setor da construção civil.
Engana-se quem pensa que a certificação ambiental de residências diz respeito apenas à redução de eletricidade e de água nos edifícios. Trata-se de um conceito bem mais amplo, focado na sustentabilidade, na economia circular e na qualidade de vida dos moradores – alinhado também aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU e às práticas que proporcionam melhores resultados aos incorporadores.
Hoje, projetos imobiliários de qualquer porte precisam demonstrar maior preocupação aos recursos naturais consumidos na construção, aos impactos sociais e ambientais em sua execução e, principalmente, à qualidade de vida de quem vai usufruir do espaço no futuro. As moradias têm que ser saudáveis e acolhedoras para todos.
Assim, não faz mais sentido pensar em empreendimentos que “merecem” ou não ter um selo de boas práticas. Qualquer iniciativa, seja de alto padrão ou popular, precisa atender a uma série de requisitos para atraírem investidores e mais empresas presentes no ecossistema da construção civil. O futuro das certificações passa justamente pela capacidade de engajar toda a cadeia para atender as novas demandas da sociedade.
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A Comunidade do Aço nasceu de improviso em Santa Cruz, na Zona Oeste da cidade do Rio de Janeiro. Após uma inundação em 1967, o governo do estado criou um assentamento provisório de forma emergencial para abrigar as famílias atingidas – e lá elas ficaram desde então. Com um ambiente precário, foi por muito tempo uma das regiões com menor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) da capital fluminense.
Agora, a situação vai mudar. O empreendimento envolve 44 blocos de apartamentos com 16 unidades por bloco, totalizando 704 unidades com previsão de entrega total em maio de 2026. Cada apartamento terá uma área de 55 metros quadrados que garantem maior conforto e bem-estar aos moradores. A primeira fase do projeto está em andamento, com a construção de 18 prédios – e três deles (48 unidades) já estão prontos.
Além dos apartamentos, a região vai receber um reservatório de 3,3 milhões de litros e mais de 9 km de redes de água potável, 6 km de redes de esgoto e uma elevatória, 8 km de redes de drenagem, 2 km de ciclovias, 37 mil metros quadrados de calçadas e o plantio de 16 mil mudas de árvores.
O trabalho na Comunidade do Aço apenas reforça que a certificação ambiental de residências é uma ferramenta imprescindível no setor de construção civil atualmente. Projetos certificados conseguem oferecer mais vantagens aos moradores, que irão usufruir de apartamentos totalmente planejados para a saúde e bem-estar, mas também às empresas envolvidas por meio do uso consciente de matéria-prima e de recursos.
A certificação GBC Condomínio, por exemplo, fornece subsídios para que os empreendimentos possam projetar, construir e administrar condomínios residenciais alinhados com as boas práticas ambientais e sociais. Por meio da análise de diversos tópicos, o selo consegue promover maior saudabilidade e respeito ao meio ambiente.
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