A certificação ambiental não é o objetivo final de uma edificação, e, sim, um meio de tornar nossas construções e cidades, por meio da inserção de práticas sustentáveis contabilizadas no dia-a-dia, melhores e mais eficientes.
Muito debate-se sobre a necessidade das certificações, e, inclusive, defende-se que tais instrumentos não são necessários para projetos que já consideram a sustentabilidade como premissa. Eu concordo plenamente! Porém, uma certificação ambiental vai além da simples inserção de algumas práticas relacionadas com arquitetura bioclimática e passiva. Ela é uma metodologia paramentada de responsabilidade, que garante, da concepção do edifício até sua conclusão, diversas estratégias efetivas e pontuáveis de sustentabilidade, que depois de concluídas serão ainda auditadas por uma organização de renome e de terceira parte.
Antes aplicada apenas a edifícios comerciais das capitais do país, as construções sustentáveis, hoje, iniciam sua expansão e inclusão também nos condomínios residenciais (horizontais e verticais) de todos os tipos e tamanhos. Neste cenário, o Brasil permanece como um dos líderes no ranking mundial de certificações LEED, e esta onda positiva de certificação não poderia deixar de considerar o maior volume construtivo do país: os edifícios residenciais. Desta forma, condomínios residenciais verdes tornam-se fundamentais para a disseminação das práticas de construção sustentável, pois permite uma conexão direta com os moradores e gerenciadores, facilitando a popularização dos conceitos básicos de sustentabilidade.
Para que estes conceitos sejam aplicados no dia-a-dia, a educação da população de uma forma geral tem papel fundamental, pois, além de disseminá-los, ainda cria uma massa crítica capaz de cobrar efetivamente a pratica de politicas sustentáveis às construtoras e incorporadoras, incluindo incentivos fiscais aos governos municipais.
Além disso, condomínios verdes não tratam apenas de educar a população, seus moradores e gerenciadores, mas também de reduzir consumos e recursos cada vez mais limitados nos centros urbanos. Calcula-se que, em média, um condomínio residencial vertical em São Paulo consome até 4 vezes mais água do que uma residência comum (SABESP, 2016). Isso se deve basicamente à falta de medição individualizada de água nas unidades habitacionais, que permitem um consumo desenfreado do recurso. Este é um típico exemplo de como uma questão cultural associada a um mau uso do recurso poderia ser facilmente adaptada caso o edifício buscasse algum tipo de certificação.
A Certificação LEED, consolidada em mais de 150 países, é mais comumente aplicada em edifícios comerciais e de serviços, em tipologias construtivas como escolas, museus, shopping centers, lojas de varejo, entre outros. Nos Estados Unidos, os edifícios residenciais são certificados pelo LEED Novas Construções, pois é comum entregar todos os componentes internos dos apartamentos, inclusive, em alguns casos, eletrodomésticos instalados. Porém, a cultura brasileira de entrega de condomínios ainda não evoluiu efetivamente com este tipo de abordagem, e avança lentamente por este caminho (alguns dos projetos pilotos listados a seguir são exemplos dessa nova cultura citada).
Portanto, tornou-se necessária a criação de um Referencial voltado para condomínios residenciais, que atendesse às necessidades locais, ao mesmo tempo em que incentivasse a evolução do mercado imobiliário residencial em prol da sustentabilidade.
Em Agosto de 2014, foi lançado o Referencial GBC Brasil CASA voltado para o mercado de residências unifamiliares e desde o final de 2015 iniciou-se a Fase Piloto para Condomínios Residenciais Multifamiliares (horizontais ou verticais). Este modelo pretende avaliar não só as unidades habitacionais individuais, mas também toda a área comum do condomínio e seu entorno. Esta é uma nova fase da organização que contará com o trabalho voluntário de mais de 200 profissionais da área de construção civil sustentável (membros dos comitês técnicos do GBC Brasil), e que, em conjunto com os 10 projetos pilotos escolhidos para aplicação prática, criarão os conceitos que delinearão a nova fase das construções residenciais sustentáveis no país.
Condomínio Vertical
Área Total: 32.890,64 m²
Condomínio Vertical
Área Total: 4.001,28 m²
Klub de Campo Boituva – Boituva/SP
Condomínio Misto (Vertical e Horizontal)
Área Total: 29.365 m²
Condomínio Vertical
Área Total: 5.652 m²
Aumento das áreas permeáveis.
Condomínio Horizontal
Área Total: 2.852 m²
Condomínio Vertical
Área Total: 3.034,42 m²
O Iguaçu, novo empreendimento da Smart, é um edifício de 11 pavimentos e 17 apartamentos, localizado em um dos bairros mais centrais de Porto Alegre.
O projeto tem como compromisso explorar as interseções entre a arte e a arquitetura, tendo como parceria uma renomada artista plástica nacional.
Ele está sendo tratado com extrema preocupação em todos os detalhes e padrões exigidos pela GBC, seguindo também a nossa visão da importância de excelência, sustentabilidade e qualidade, questões de conforto e redução de impactos.
Condomínio Somos Todos Imigrantes – Potim/SP
Área Total: 2.234 m²
Condomínio Horizontal