As mudanças climáticas são um dos maiores desafios globais da atualidade, e dois fenômenos ambientais estão diretamente relacionados ao aquecimento do planeta: as ilhas de calor e o efeito estufa. O crescimento urbano desordenado, aliado ao aumento das emissões de gases poluentes, intensifica esses problemas, tornando essencial a busca por soluções sustentáveis.
De acordo com um estudo de 2024 realizado em parceria pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e a Universidade de Lisboa, as ondas de calor mataram mais de 48 mil pessoas no Brasil entre 2000 e 2018. Isso, aliado à percepção de que os dias estão cada vez mais quentes, intensificam as preocupações do setor de construção civil com o bem-estar das pessoas.
Por isso, o estímulo à obtenção de certificações ambientais que assegurem edificações mais sustentáveis e eficientes tem crescido constantemente. Além de proporcionar segurança e conforto aos usuários, essas certificações agregam valor financeiro para investidores e fortalecem a imagem das empresas perante a sociedade.
O efeito estufa é um fenômeno natural responsável por manter a temperatura da Terra em níveis adequados para a vida. Ele ocorre devido à presença de gases como dióxido de carbono (CO₂), metano (CH₄) e óxido nitroso (N₂O), que formam uma barreira na atmosfera, impedindo que todo o calor proveniente do Sol escape para o espaço.
No entanto, a ação humana tem intensificado esse processo. A queima de combustíveis fósseis, o desmatamento e o crescimento das cidades aumentam a concentração desses gases, elevando as temperaturas globais e causando impactos irreversíveis, como derretimento de geleiras, elevação do nível do mar e eventos climáticos extremos.
Neste ano, o verão (considerando o período de dezembro de 2024 a fevereiro de 2025), foi o segundo mais quente já registrado, com temperatura média 0,73°C acima da normal climatológica, segundo o Climatempo. Com o aumento das temperaturas, a sensação térmica nas chamadas ilhas de calor urbanas são ainda mais impactantes. Para explicar melhor, são as regiões dentro das cidades que apresentam temperaturas mais elevadas do que áreas rurais ao redor.
Esse fenômeno ocorre devido à substituição da vegetação por superfícies escuras, como asfalto e concreto, que absorvem e retêm calor. Além disso, o uso excessivo de ar-condicionado e a queima de combustíveis fósseis intensificam a emissão de gases do efeito estufa, agravando o problema.
As consequências das ilhas de calor incluem:
Para reduzir o desconforto térmico em ambientes fechados causado pelas ilhas de calor e pelo efeito estufa, é essencial investir em soluções que diminuam a absorção e retenção de calor. Uma alternativa eficiente é o uso de telhados brancos refletivos, que reduzem significativamente a temperatura interna ao refletir a radiação solar. Além disso, materiais de isolamento térmico, como tintas térmicas e revestimentos especiais, ajudam a manter os ambientes mais frescos, reduzindo a necessidade de refrigeração artificial e o consumo de energia elétrica.
Outra estratégia importante é a adoção de ventilação natural e sistemas de climatização passiva. A instalação de janelas amplas, claraboias e brises permite a circulação do ar e melhora a dissipação do calor, tornando os espaços internos mais confortáveis. O uso de vegetação em fachadas e telhados verdes também contribui para o resfriamento natural dos edifícios, filtrando poluentes e aumentando a umidade relativa do ar, o que melhora a qualidade térmica dos ambientes.
Por fim, a implementação de tecnologias sustentáveis, como vidros de controle solar e sistemas de automação para otimizar o uso do ar-condicionado, pode reduzir o impacto do calor excessivo. Além disso, a obtenção de certificações ambientais garante que as edificações sigam padrões mais rigorosos de eficiência energética, promovendo construções mais adaptadas às mudanças climáticas.
Para incentivar práticas mais sustentáveis, as certificações ambientais desempenham um papel fundamental. Elas garantem que as construções sigam critérios rígidos de eficiência energética e sustentabilidade, promovendo o uso de materiais ecológicos, redução do consumo de energia e menor impacto ambiental.
As certificações ambientais do GBC Brasil, por exemplo, incentivam práticas sustentáveis na construção civil. A certificação LEED (Leadership in Energy and Environmental Design), promove o uso de materiais com alta refletância térmica, telhados verdes e sistemas de ventilação eficiente, reduzindo a absorção de calor em edificações e diminuindo a demanda por ar-condicionado. Além disso, essa certificação prioriza o uso eficiente da energia e a redução das emissões de carbono, contribuindo diretamente para a mitigação do aquecimento global.
Outra iniciativa do GBC Brasil é a certificação GBC Zero Energy, que incentiva edifícios a produzirem toda a energia que consomem por meio de fontes renováveis, reduzindo a dependência de combustíveis fósseis e minimizando o impacto ambiental. Já o GBC Casa & Condomínio estabelece diretrizes para construções residenciais sustentáveis, promovendo o uso de vegetação para melhorar o conforto térmico e reduzir os efeitos das ilhas de calor. Com essas certificações, as edificações não apenas se tornam mais eficientes e confortáveis, mas também contribuem ativamente para a preservação do meio ambiente e a melhoria da qualidade de vida nas cidades.
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Cada ação conta para um futuro mais sustentável
Reduzir os efeitos das ilhas de calor e minimizar o impacto do efeito estufa exige um esforço conjunto. Pequenas atitudes, como reciclar lixo, escolher produtos sustentáveis e apoiar empresas certificadas ambientalmente, fazem a diferença.
Ao adotar soluções sustentáveis e incentivar o uso de tecnologias inovadoras, podemos contribuir para um planeta mais equilibrado e saudável. A decisão está em nossas mãos: mudar nossos hábitos hoje para garantir um futuro melhor para as próximas gerações.