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Investimento sustentável e dívida ESG

Publicado em 23 . 11 . 2023

“As questões ESG e megatendências relacionadas, como a escassez de recursos naturais e mudanças demográficas, são relevantes para o risco e retorno de investimento de forma transversal a todas as classes de ativos.” – CFA INSTITUTE, 2015

Há cada vez mais recursos sendo direcionados para o financiamento de projetos com benefícios ambientais ou sociais ou para acelerar a agenda ESG de empresas. 

São chamados de “Bonds” os títulos de dívida. Basicamente, papéis que representam as dívidas do governo ou de alguma empresa, que pagam juros e que são vendidos a investidores.

Atualmente existem diversos instrumentos de dívida sustentável, como os “Green Bonds” e “Sustainability-Bonds, que possuem juros muito competitivos. 

São chamados de “Green Bonds” ou “títulos verdes” os títulos de dívida emitidos exclusivamente para financiar ou refinanciar projetos verdes novos ou existentes. Muitos deles já possuem como base aspectos ESG.

Esses títulos verdes possuem características idênticas aos tradicionais títulos de renda fixa, mas os projetos financiáveis viabilizam o investimento em projetos ligados ao pilar da sustentabilidade, como por exemplo:

  • Prevenção e controle de poluição;
  • Energias renováveis e eficiência energética;
  • Gestão sustentável de recursos naturais e de recursos hídricos;
  • Transporte e tecnologias limpas;
  • Adaptação às mudanças climáticas;
  • Green buildings e retrofits verdes.

Lembrando que o recurso financeiro só pode ser destinado para o projeto específico declarado pela empresa no momento da emissão.

O mercado em ascensão dos “Green Bonds” é ideal para os investidores dispostos a destinar parte de seu capital à compra de títulos comprometidos com o financiamento de questões ESG, especialmente ambientais e climáticas.

Importante ressaltar que quando os investidores de dívida percebem que há governança, ou seja, transparência nas ações de uma empresa, o custo da dívida geralmente diminui. 

São chamados de “Social Bonds” os títulos que seguem uma lógica de funcionamento similar aos “títulos verdes”, mas os projetos de destino devem ser ligados ao pilar social, como por exemplo:

  • Acesso a saúde e educação;
  • Sistemas alimentares sustentáveis;
  • Habitação a preços justos;
  • Alívio para o desemprego decorrente de crises;

Nesse caso, o recurso financeiro também só pode ser destinado para o projeto específico declarado no ato da emissão.

Já os “Sustainability-Bonds, diferentemente dos “Green Bonds” e “Social Bonds”, têm mais liberdade na destinação do recurso financeiro. Ao emitir um título desse, a empresa deve se comprometer com metas claras e objetivas ambientais e/ou sociais, que devem ser cumpridas em um prazo determinado. As metas devem ser relevantes para o setor da atividade exercida pela empresa.

Caso essas metas não sejam atingidas, a penalidade é dada sobre a taxa de juros, encarecendo o custo de crédito para a empresa que emitiu o título. Caso as metas sejam atingidas, ocorre o oposto: a taxa cai, barateando o custo de crédito.

Os “Sustainability-Bonds são voltados para a melhoria da performance ESG, através desse incentivo de taxas de juros.

O investimento responsável, dado através de qualquer um dos ativos acima mencionados, corresponde à necessidade de incorporação de critérios ESG (ambiental, social e de governança) nas tomadas de decisão, nas estratégias e nos investimentos de uma empresa.

As instituições financeiras, ao atuarem como intermediadoras de recursos entre empresas e investidores, são responsáveis pelo direcionamento de recursos para projetos que contribuam para o desenvolvimento sustentável. 

Tendo em vista o sucesso dos “títulos verdes” entre os investidores, as instituições financeiras têm um papel fundamental na corrida pelo carbono neutro e, por isso, estão começando a oferecer empréstimos relacionados à sustentabilidade, para colaborar com a transição das empresas para ações voltadas à baixa emissão de carbono. 

Os títulos verdes mencionados acima, costumam envolver uma taxa de juros que flutua a partir de indicadores de desempenho de sustentabilidade, que podem ou não estar relacionados a metas de redução de emissões de carbono. Ou seja, quanto mais esforços bem-sucedidos condizentes com a agenda ESG, mais baratas ficam as dívidas de empréstimos para empresas.

As instituições financeiras se preocupam cada vez mais com a emissão de carbono da sua carteira de ativos. Com o ESG em constante evolução, para elas faz sentido emprestar capital para as empresas que controlam suas emissões de carbono, considerando que elas seriam corresponsáveis pelas emissões de terceiros em sua carteira de crédito.

Nesse quesito, é importante conhecer o impacto de cada uma das empresas para que em um segundo momento, o impacto possa ser compensado ou neutralizado através da negociação de “Unidades de Crédito de Sustentabilidade” (UCS), por exemplo, para empresas e ativos que visam praticar o ESG por meio da compensação e neutralização ambiental de emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE).

Esse ativo ambiental é registrado e comercializado eletronicamente utilizando tecnologia Blockchain, ou seja, não deixa de ser uma ferramenta de investimento ESG “on demand”, graças ao seu processo fácil e eficiente de comercialização.

Os Certificados de UCS têm número único e QR code que atesta o investimento em proteção e preservação de floresta nativa realizado por meio da aquisição de Crédito de Floresta. São acessíveis, rastreáveis e verificáveis. 

O Crédito de Floresta representa uma solução de investimento ESG e é um instrumento que transforma as ações de proteção e preservação ambiental em oportunidade de investimento com retorno de capital investido e rentabilidade atrativa. 

Ou seja, é de objetivo comum aos investidores, empresas e instituições financeiras se unirem em direção a uma economia mais sustentável e de baixo carbono, tendo como base os investimentos sustentáveis e as dívidas ESG.

 

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Por Sustentech

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