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O Museu da Língua Portuguesa será finalmente reaberto ao público após o incêndio que o atingiu em dezembro de 2015. Com a estrutura restaurada e diversas novidades, o espaço em São Paulo dedicado ao idioma lusófono será reinaugurado no dia 31 de julho. A cerimônia será transmitida pelas redes sociais do museu.

A admissão do público se dará de acordo com as restrições determinadas pelas medidas de combate à Covid-19 e revistas periodicamente de acordo com a evolução do Plano São Paulo. O espaço receberá 40 visitantes a cada 45 minutos, para garantir o distanciamento social, com venda de ingressos pela internet e agendamento de dia e de horário, evitando aglomerações na bilheteria.

O uso de máscara será obrigatório durante todo o passeio, assim como a medição de temperatura antes de entrar. O percurso dentro do museu será unidirecional, para evitar cruzamento de fluxos, e cada visitante receberá um chaveiro com ponta touch screen para usar os recursos interativos sem precisar tocar diretamente nas telas.

“Nós e todos os parceiros da reconstrução esperamos que o público se encante novamente com o Museu, matando as saudades desse equipamento tão querido da cidade. Os visitantes terão oportunidade de ver que o Museu permanece o mesmo que encantou o público durante 10 anos, mas está renovado, com novos conteúdos, novas tecnologias e experiências inéditas e surpreendentes”, comenta Larissa Graça, gerente de Patrimônio e Cultura da Fundação Roberto Marinho, instituição que é parceira do Governo do Estado de São Paulo na reconstrução em conjunto com empresas patrocinadoras.

Renovação e Arquitetura

Em quase 10 anos de funcionamento, o Museu da Língua Portuguesa recebeu mais de 4 milhões de visitantes e promoveu mais 30 exposições temporárias, homenageando grandes escritores e compositores do idioma. O incêndio em 2015 danificou a estrutura do prédio, que precisou ser fechado ao público. Originalmente, o projeto de intervenção no prédio anexo à Estação da Luz foi assinado pelo grande mestre da arquitetura Paulo Mendes da Rocha em parceria com seu filho Pedro.

O novo projeto do Museu manteve os conceitos estruturantes da primeira versão e incorporou aperfeiçoamentos. “A revisão do projeto, uma década depois, traz essa oportunidade histórica de agregar a experiência e o aprendizado resultantes do funcionamento real do espaço”, conta Larissa.

Segundo a gestora, o ponto inicial de reflexão da nova intervenção foi a necessidade de aumentar a integração do edifício com a estação. Na nova concepção, no térreo, o museu abre-se à estação, reforçando sua comunicação com a cidade. Nos andares superiores, a otimização dos espaços permitiu que fossem abertas novas salas para a museografia.

O terceiro andar, antes restrito aos funcionários, foi transformado em um terraço com vista para o Jardim da Luz e a torre do relógio. O espaço, que poderá ser acessado pelo público, homenageará Paulo Mendes da Rocha.

A nova versão do projeto foi concebida por Pedro Mendes da Rocha e desenvolvida nas etapas de pré-executivo e projeto executivo pela Metrópole Arquitetura, sob coordenação de Ana Paula Pontes e Anna Helena Villela.

Sustentabilidade

Uma das preocupações iniciais era garantir que o Museu não sofresse com um novo incêndio. Para isso houve melhorias de infraestrutura e de segurança, como a instalação de sprinklers. Contudo, esses não foram os únicos cuidados adotados. O projeto inova também em sustentabilidade e obteve o selo LEED (Leadership in Energy and Environmental Design) – um dos mais importantes do mundo na área de construções sustentáveis. “Foi uma grande conquista, especialmente por ser uma reconstrução com características de retrofit, o que aumenta o desafio”, comemora Larissa.

As medidas que garantiram a certificação foram a adoção de técnicas para redução do consumo de água – a previsão de redução é de aproximadamente 52%, em comparação com os equipamentos anteriormente instalados no Museu –; e a economia de energia – só a iluminação terá redução de 35% do consumo.

Também foram usados materiais com comprovação de origem, entre eles madeira certificada e de demolição. Cerca de 85% da madeira utilizada nas esquadrias atingidas foram recuperadas da cobertura original. Já na construção da nova cobertura, foram empregadas 89 toneladas de madeira certificada proveniente da Amazônia.

Como não foi possível garantir cobertura vegetal em mais de 30% da área do terreno (como exigem as normas do selo LEED), uma vez que o terreno já era completamente ocupado, foi doado à FAS – Fundação Amazônia Sustentável – um valor referente a 4 dólares por m² de área de terreno do Museu, totalizando R$ 67.938,64. Este dinheiro será usado para promover a restauração da natureza em diversos programas já em implementação pela entidade.

 

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por Fernanda Drumond, via Casa&Jardim

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