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Houve aumento de 22% nos projetos “verdes” na comparação entre os anos de 2021 e 2019

O crescimento do número de edifícios que adotam padrões de sustentabilidade se manteve mesmo durante a pandemia. Segundo levantamento inédito do Green Building, entidade que certifica os imóveis considerados sustentáveis, houve aumento de 22% nos projetos “verdes” na comparação entre os anos de 2021 e 2019. Esse número inclui os novos empreendimentos assim como os prédios que passam por reformas e adotam novos padrões. “Em 2021 registramos 158 e certificamos 92 empreendimentos”, afirmou Felipe Faria, CEO do Green Building Brasil.

Na avaliação de Faria, não existe uma única explicação para esse crescimento, mas um conjunto de fatores. O primeiro deles é o amadurecimento do setor de construção. Muitas incorporadoras já veem a certificação como um reforço ao seu negócio, um investimento que cria valor ao seu produto.

Outro aspecto importante é a diversificação das certificações para os diversos produtos das construtoras, sejam corporativos, residenciais, industriais, de varejo, logísticos ou institucionais. São ao menos quatro “selos” que as edificações podem receber.

Um terceiro fator é a ampliação geográfica, que além de garantir a expansão no ano passado sinaliza o potencial que as edificações “verdes” têm nos próximos anos. O movimento saiu das capitais e começou a ganhar as cidades do interior. O executivo cita o caso da rede de restaurantes Madero, que está perto de completar 100 edificações certificadas em diversas cidades.

Faria acredita que o varejo vai se transformar num importante impulsionador das edificações sustentáveis no curto prazo, além da retomada do corporativo e do residencial. Tanto por questões urbanísticas com econômicas. Ele defende que “projetos que visam a harmonia entre o ambiental, o social e o econômico” estarão na mira das incorporadoras de todos os segmentos.

Do lado econômico, o CEO da Green Building destaca que os empreendimentos sustentáveis conseguem reduzir, em média, 20% do consumo de energia e de 45% no de água, por exemplo. O crescimento de práticas relacionadas ao ESG (ambiental, social e corporativa, na sigla em inglês) ajudou a colocar as edificações sustentáveis no centro do debate.

Mas a expansão do empreendimentos “verdes” também tem seus desafios. “O maior ainda é fazer com que os agentes econômicos e a sociedade conheçam os benefícios das construções verdes”, afirma Faria. “Outro é engajar o setor público em políticas de incentivo, como o IPTU verde, e na discussão sobre desempenho e readequação de prédios existentes.” Um exemplo foram escolas do Paraná que foram adaptadas para ter zero gasto de energia.

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por, Carlos Prieto, Valor Econômico

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