Você sabia que passamos em média 90% do nosso tempo de vida em locais fechados? Esta estimativa levantada pela Berkeley Lab Energy, instituição americana que pesquisa e desenvolve tecnologias de energia e redução de impactos ambientais, em seu estudo “National Human Activity Pattern Survey”, reforça que a qualidade dos ambientes internos tem um impacto direto na saúde e no bem-estar das pessoas que os frequentam. Seja em casa, no local de trabalho ou em espaços públicos, a saudabilidade do ambiente é fundamental para promover uma vida mais saudável e produtiva. Mas o que exatamente isso significa? E por que é tão importante?
A saudabilidade nos ambientes internos refere-se à qualidade do ar, iluminação, temperatura, umidade e conforto geral do espaço. Além desses fatores físicos, também está relacionada ao ambiente emocional e mental, que pode ser influenciado pelo design do espaço, pelos materiais utilizados e pela organização do local.
1. Qualidade do Ar Interno: A poluição do ar em ambientes fechados pode ser até cinco vezes pior do que em áreas externas, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Poeira, ácaros, fungos, mofo e compostos orgânicos voláteis (COVs) são alguns dos principais vilões. Ter uma boa ventilação que promova a renovação de ar, realizar manutenção regular dos sistemas HVAC, usar filtros de alta eficiência (HEPA) e evitar o acúmulo de substâncias tóxicas são práticas essenciais para melhorar o ar que respiramos.
2. Iluminação Adequada: A luz natural desempenha um papel crucial na regulação do nosso ritmo circadiano, que influencia nosso sono e níveis de energia. A falta de exposição à luz natural pode causar fadiga, irritabilidade e até depressão. Portanto, garantir que os ambientes internos tenham boa iluminação, preferencialmente natural, é essencial.
3. Conforto Térmico: Temperaturas inadequadas, tanto altas quanto baixas demais, afetam o conforto e o bem-estar. Um ambiente com uma climatização adequada melhora o foco, a produtividade e, claro, a qualidade de vida.
4. Umidade Controlada: Ambientes muito úmidos ou secos podem prejudicar a saúde respiratória, causar problemas de pele e até aumentar a proliferação de fungos e ácaros. O controle da umidade é essencial para garantir um ar saudável.
5. Uso de Materiais Não Tóxicos: Produtos de limpeza, tintas e móveis podem conter compostos que liberam substâncias tóxicas no ar, contribuindo para o aparecimento de problemas respiratórios e alergias. Optar por produtos eco-friendly e materiais naturais é uma maneira eficaz de reduzir essas ameaças.
6. Organização e Estética: Um ambiente limpo, bem organizado e esteticamente agradável pode reduzir o estresse e melhorar a produtividade. Projetar espaços ergonomicamente corretos com cadeiras ajustáveis, mesas na altura adequada e monitores ao nível dos olhos e apostar no design biofílico, que inclui elementos da natureza, como plantas, também é conhecido por aumentar o bem-estar psicológico e físico.
A principal preocupação quando se tem um espaço fechado é que ele possa ser acometido pela Síndrome do Edifício Doente, que atinge 30% das construções ao redor do mundo, conforme a Organização Mundial da Saúde (OMS).
A SED traz males como dores de cabeça, irritações nos olhos, nariz e garganta, fadiga, náuseas, reações alérgicas e até dificuldades de concentração. Para que isso não aconteça na sua casa ou escritório, pequenas mudanças podem fazer a diferença.
SAIBA MAIS SOBRE A SÍNDROME DOS EDIFÍCIOS DOENTES
Investir em um sistema de ventilação eficiente que promova a troca de ar, utilizar purificadores de ar para filtrar impurezas e alérgenos, aproveitar ao máximo a luz natural e complementar com lâmpadas adequadas são algumas das medidas.
Outras iniciativas eficazes: regular a temperatura e umidade do ambiente para garantir o conforto térmico, escolher móveis e materiais ecológicos e não tóxicos que sejam sustentáveis e saudáveis, e adicionar plantas ao ambiente, que além de ajudam a purificar o ar, traz um toque de natureza para dentro do espaço.
Com isso, reduzem o risco de doenças respiratórias, alergias e outros problemas de saúde causados pela má qualidade do ar, temperatura inadequada ou materiais tóxicos, e têm aumento da produtividade pois ambientes confortáveis e saudáveis favorecem a concentração e a criatividade, aumentando a eficiência. E, por fim, ainda tem maior qualidade de vida, uma vez que contribui para uma vida mais equilibrada, com menos estresse e mais energia para enfrentar os desafios do dia a dia.
Para auxiliar nesse processo de melhoria, o GBC Brasil criou o Life Performance Rating, um selo que avalia a saudabilidade nos ambientes internos com base em critérios de desempenho, concedido a espaços que foram diagnosticados conforme os indexadores estabelecidos.
Alguns desses critérios são:
● Manter a umidade relativa entre 30% e 50% usando desumidificadores e umidificadores, além de reparar vazamentos e garantir a ventilação adequada em áreas úmidas;
● Incentivar pausas regulares e exercícios de alongamento para reduzir fadiga e desconforto físico;
● Identificar e controlar fontes internas de poluição, como equipamentos de escritório emissivos.
● Usar produtos certificados ecológicos, livres de substâncias químicas agressivas;
● Implementar sistemas para relatar problemas de conforto e saúde, com respostas rápidas.
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Para obtê-lo, é preciso registrar o seu projeto. Uma equipe acreditada deve acompanhar as medições e verificações desses pontos que contamos acima. Caso seja aprovado, o ambiente recebe a validação de Life Performance Rating.
Para saber mais sobre o GBC Brasil e suas outras certificações, acesse: www.gbcbrasil.org.br