É um fato que a pandemia de coronavírus transformou profunda e definitivamente a maneira como as pessoas se relacionam com seus espaços domésticos, impulsionando uma busca intensa por mais conforto e funcionalidade. Com o aumento do tempo passado em casa, muitos indivíduos passaram a valorizar espaços multifuncionais que permitem o equilíbrio entre trabalho remoto e vida pessoal, destacando a necessidade de soluções adaptáveis e eficientes. Nesse contexto, o GBC Brasil trouxe um programa para interiores residenciais que pudesse apoiar, orientar e certificar que essas mudanças trouxessem mais saúde e bem-estar a seus ocupantes.
Elementos como iluminação adequada, ventilação apropriada, organização eficiente e escolhas de mobiliário ergonomicamente projetado tornaram-se cruciais para criar espaços que promovem tanto a produtividade quanto o relaxamento. Essa evolução na concepção dos lares reflete não apenas uma resposta às necessidades geradas pela pandemia, mas também uma tendência crescente em direção à sustentabilidade.
Esse programa tem como meta evitar a Síndrome do Edifício Doente (SED). Essa foi a definição dada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para um conjunto de doenças causadas ou estimuladas pela poluição do ar em espaços fechados, tais como edifícios residenciais e comerciais. Esse diagnóstico pode ser feito caso 20% dos ocupantes apresentem questões de saúde como alergias, dores de cabeça, náuseas, fadiga, problemas respiratórios, entre outros.
O SED se torna uma preocupação real quando a OMS estima que ao menos 30% dos edifícios ao redor do mundo o apresentam. E cerca de 42% dos estabelecimentos possuem contaminação por poluentes químicos e 52% apontam problemas de baixa temperatura e umidade, de acordo com um estudo feito pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (INMETRO).
Para reduzir as doenças decorrentes de edificações doentes e o impacto ambiental de uma só vez, o GBC Brasil lançou em 2020 um guia que possibilitava a avaliação de diversas questões de saudabilidade em projetos de interiores residenciais. Este material, alinhado com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, teve como base os princípios do Better Places for People do World Green Building Council (WGBC) e ainda contou com normas técnicas das certificações já consolidadas aqui no Brasil.
Esse guia se tornou o GBC LIFE – um programa para interiores residenciais que tem como objetivo melhorar aspectos relacionados ao conforto, saúde e bem-estar de um projeto e incentivar o envolvimento da sociedade civil no uso eficiente dos recursos naturais, economia circular e responsabilidade social. Além disso, contribui para a comunicação entre o movimento de green building e o setor de construção e para a divulgação de benefícios sociais, econômicos e ambientais trazidos por meio das edificações sustentáveis.
E, claro, também tornar o entusiasta de edificações mais crítico e consciente nas futuras compras de unidades residenciais.
É importante lembrar que o GBC LIFE foi desenvolvido para fornecer ferramentas para projetistas, arquitetos e designers criarem projetos que tenham diretrizes eficientes. Medidas ligadas a Conforto, Materiais e Recursos, Qualidade do Ambiente Interno, Recursos Naturais, Responsabilidade Social e Saúde e Bem-estar são as pautas de créditos para que uma residência possa receber a aprovação.
Ao considerar os cuidados no ambiente residencial, diversos aspectos se destacam para garantir um espaço saudável e sustentável. A qualidade do ar interior é fundamental, sendo crucial para a saúde dos moradores e frequentemente melhorada com sistemas de ventilação adequados e controle de poluentes. A iluminação natural não apenas proporciona economia de energia, mas também beneficia o bem-estar emocional e físico dos ocupantes. Questões de isolamento termoacústico asseguram conforto térmico e redução de ruídos indesejados, criando um ambiente mais tranquilo e eficiente energeticamente.
Evitar a síndrome do edifício doente é essencial, focando na escolha de materiais e produtos que não emitam substâncias prejudiciais à saúde. Além dos benefícios econômicos relacionados à eficiência energética e à valorização imobiliária, promover a qualidade, o reconhecimento e o consumo consciente de recursos também contribui para um estilo de vida mais sustentável e responsável.
Este programa para interiores residenciais oferece uma ampla gama de vantagens para os residentes, abrangendo desde a redução das emissões de gases do efeito estufa até a conservação de água e energia. Além disso, contribui significativamente para a redução de resíduos enviados a aterros sanitários, promovendo ambientes mais sustentáveis e responsáveis. Ao mesmo tempo, otimiza a produtividade dos espaços, proporciona maior qualidade de vida, conforto, saúde e bem-estar aos ocupantes, enquanto também contribui para custos operacionais mais baixos e um aumento no valor patrimonial das residências.
Para que o seu lar possa receber esse selo, é preciso registrar seu projeto em nosso site www.gbcbrasil.org.br.