Adotar uma atitude sustentável não significa apenas demonstrar preocupação com os recursos naturais. Consiste também em evitar desperdícios e preocupar-se com questões sociais. Para atender essa proposta surgiu o Programa de Edifícios Públicos Zero Energy do Paraná, que tem o objetivo de fazer com que edificações públicas do Estado sejam autossuficientes em energia.
A iniciativa é do Governo do Estado do Paraná, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Obras Públicas, do Serviço Social Autônomo Paranacidade e da Agência de Fomento do Paraná. Além disso, há a participação do GBC Brasil e do Instituto Puranã (para o município de Balsa Nova) na implementação da proposta.
Neste primeiro momento, o programa atenderá 246 edificações presentes em sete cidades paranaenses: Maringá, São José dos Pinhais, Foz do Iguaçu, Paranavaí, Fazenda Rio Grande, Cascavel e Balsa Nova. Ao todo, 208 serão totalmente autossuficientes, enquanto as demais serão adequadas à geração de energia renovável.
A ideia de criar o Programa de Edifícios Públicos Zero Energy do Paraná vai ao encontro da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, aprovada na Assembleia da Organização das Nações Unidas. Além disso, estimativas apresentadas na Conferência de Paris, em 2015, mostram que acelerar este conceito em todas as edificações até 2050 pode reduzir 84 GTon de emissão de dióxido de carbono.
Aqui no Brasil, o assunto também revela ser de suma importância. Segundo o Balanço Energético Nacional, 52% de toda energia elétrica é consumida em edificações, sejam elas públicas, residenciais ou comerciais. Já o Plano Decenal de Expansão Energética afirma que, se o PIB brasileiro crescer 2,9% até 2027, a demanda energética crescerá 43%.
O projeto nasceu em 2018 com o apoio de empresas associadas, GBC Brasil e o Governador do Estado do Paraná, Carlos Massa ‘Ratinho’ Júnior, que o apresentou na abertura do Greenbuilding Brasil 2020, o maior evento da sustentabilidade na construção na América Latina, realizado de forma on-line em novembro por conta da pandemia da covid-19. Apesar de recente, já é destaque no programa global Advancing Net Zero, do World Green Building Council.
Cabe à Secretaria do Desenvolvimento Urbano e Obras Públicas a definição das políticas, do planejamento, da execução, da coordenação e do controle das atividades ligadas ao desenvolvimento urbano e regional, incluindo as aglomerações urbanas do meio rural, além da integração dos municípios, a fim de ordenar o pleno desenvolvimento das cidades e garantir o bem-estar dos habitantes.
O âmbito da ação da Secretaria compreende: a integração com entidades e programas federais para coordenação e articulação dos interesses do Estado e dos municípios, quanto à obtenção de recursos e de apoio técnico especializado; a formulação da política de desenvolvimento urbano do Estado e a assistência técnica abrangente às municipalidades e às associações de municípios, em relação ao desenvolvimento e aprimoramento de seus serviços e solução de seus problemas comuns.
O Serviço Autônomo Paranacidade fomenta atividades e serviços não exclusivos ao Estado, relacionados ao desenvolvimento regional, urbano e institucional dos municípios. Já a Agência Fomento Paraná auxilia na concessão de financiamento de capital fixo de giro aos projetos.
Por fim, o GBC Brasil contribui com sua visão de transformação da construção civil e da cultura da sociedade em geral, promovendo a sustentabilidade por meio das forças de mercado para construção e operação de edificações. Além de Doar aos municípios paranaenses que formalizarem o Termo de Adesão e Compromisso os projetos para o Projeto Zero Energy em prédios públicos, em especial escolas municipais e creches, os quais têm por objetivo tornar estas edificações autossuficientes em energia, com a adoção de medidas de eficiência energética e da geração local de energia renovável; para cada edificação, foi dimensionado um sistema de gestão local de energia renovável, através de painéis fotovoltaicos, capazes de gerar energia igual ou superior a 100% do consumo de energia atual, sendo que as medidas de eficiência energética deverão contemplar oportunidades relacionadas ao conceito e configuração, dimensionamento, especificação de equipamentos e a sequência de operação dos sistemas de iluminação e aparelhos de ar-condicionado; os projetos deverão seguir as diretrizes da Chamada Pública PEE COPEL Ano 2019, incluindo os critérios para avaliação econômica e concluídos a tempo de inscrição na Chamada; buscar patrocínios para o custeio da elaboração dos projetos.
O planejamento do Programa Edifícios Públicos Zero Energy do Paraná realizou o diagnóstico, a eficiência e a geração renovável de energia de mais de 111 mil equipamentos, entre luminárias, aparelhos de ar-condicionado e eletrodomésticos.
Ao todo, o programa vai receber um investimento de R$ 45.497.790,08 para a execução de todos os projetos. Deste total, R$ 27.599.530,78 foram captados através da Chamada Pública PEE COPEL 2019. Já R$ 17.794.882,78 foram contratados com a Agência Fomento Paraná.
Dessa forma, espera-se uma redução de 52% no consumo de iluminação e 35% no de ar-condicionado, com 6,8 mil MWh (megawatt-hora) de geração por ano. A economia anual estimada para as despesas municipais é estimada em R$ 6,4 milhões. Assim, o payback das prefeituras vai ser de 2,78 anos.
O que achou do Programa de Edifícios Públicos Zero Energy do Paraná? Interessante, não? O programa mostra como empresas, poder público e organizações da sociedade civil podem se unir e promover iniciativas sustentáveis. A preocupação ambiental anda lado a lado da boa gestão dos serviços e do dinheiro público.
O GBC Brasil atua para promover essa transformação no setor de construção civil, promovendo capacitação contínua, engajamento profissional e iniciativas socioculturais. Entre as certificações disponíveis está o GBC Brasil Zero Energy, que visa reconhecer e autenticar prédios autossuficientes em energia.
Quer saber mais? Acesse o site do projeto: gbczeroenergy.org.br