Inicialmente, gostaria de relembrar, que o nosso “cantinho – Sempre Dá Certo, Fazer o Certo”, tem como objetivo contar histórias onde, escolhemos fazer o certo, independente do resultado financeiro, e deu certo ambiental, social e economicamente. Por isto convido os leitores a enviarem (para nelson.kawakami@hotmail.com) “cases”, para que publiquemos nesta coluna. Agradecemos desde já.
A crise financeira de 2008 afetou fortemente o setor, causando grandes problemas a diversos bancos, inclusive a quebra de uma gigante, Lehman Brothers Holdings Inc., que foi um banco de investimento e provedor de outros serviços financeiros, com atuação global, sediado em Nova Iorque. Era uma empresa global de serviços financeiros, até declarar falência em 2008.
Se após esta quebra, o assustado governo americano (que não acreditavam em problemas sistêmicos), e governos de outros países não injetassem trilhões de dólares no mercado, muito outros bancos também quebrariam. Esta crise foi consequência de atitudes irresponsáveis de diversos agentes financeiros e cidadãos gananciosos, que hipotecavam diversas vezes um imóvel, para obterem recursos para especulações desenfreadas, desprezando todos os conceitos relacionados a riscos. Segundo alguns analistas, algumas ocorrências ultrapassaram o limite da legalidade.
Não foi somente o setor financeiro que “sofreu”, todos foram fortemente afetados. Neste contexto, uma grande indústria no centro-oeste americano, chamada Barry-Wehmiller, na ocasião, teve uma redução de pedidos de aproximadamente 30%. Bob Chapman, CEO da empresa, convocou uma reunião de diretoria para analisar a crise e definir ações para mitigar os problemas e permitir a sobrevivência da empresa.
Naturalmente, ações de reduções drásticas de despesas foram colocadas e, dentre elas, uma redução de 10% da folha salarial. Preocupado com a sua equipe, Bob Chapman não queria dispensar funcionários, autorizou as outras ações e pediu um dia para pensar. No dia seguinte convocou uma assembleia com todos os colaboradores.
Ele gostaria de implantar um programa, mas queria de ter uma discussão com todos. Para explicar ele disse: “É melhor que todos sofram um pouco, do que alguns de nós tenhamos que sofrer muito”. A sugestão era que todos tirassem 30 dias de licença não remunerada; que poderiam ser tiradas quando pudessem ou quisessem, e de maneira parcelada. A sugestão foi aprovada, a moral se elevou e todos colaboraram. Alguns, com situação financeira mais estável, solicitaram mais dias de licença, para que os que tinham situações mais delicadas pudessem tirar menos tempo, mitigando os seus quadros de dificuldades.
Quando as pessoas se sentem seguras e protegidas pelo LÍDER, a reação natural é fortalecer o clima de confiança e cooperação, aumentando a produtividade. Como resultado, a meta de redução das despesas com a folha foi alcançada e ultrapassada com folga, e mesmo com as licenças tiradas, atenderam os pedidos, mesmo com as programações de treinamentos internos.
Segundo Simon Sinek, Bob Chapman não é um “headcounter” (contador de cabeça) e sim “heartcounter“ (contador de coração). Ele tomou uma decisão com a mentalidade de que SEMPRE DÁ CERTO, FAZER O CERTO!
Eng. Naval pela Escola Politécnica – USP, pós-graduado/especialização/CEAG em finanças e engenharia pela FGV/EPUSP.
Atuou como Presidente, Diretor e Executivo em grandes empresas nacionais e internacionais (METRÔ, ABN AMRO Banco Real, Banco Itaú, ITAUSA – ITAUPLAN, Rhodia) e como consultor no Governo do Estado de São Paulo (Assuntos Estratégicos).
Ex. CEO do GBC (Green Building Council Brasil), trabalhou 10 anos desenvolvendo projetos de eficiência energética (Pioneiro em Cogeração), fontes alternativa de energia, uso racional de água e tratamento de resíduos. Pioneiro em Certificação LEED e ISO 14.001 para edifícios. Professor e Consultor nas áreas de Sustentabilidade (ESG), Liderança, Equipes de Alto Desempenho e Planejamento Estratégico.
Autor dos livros: “Sustentabilidade Corporativa, Cultura da Sustentabilidade e Alto Desempenho , Liderança – Sustentabilidade e Alto Desempenho, Equipe – Sustentabilidade e Alto Desempenho e Pessoas Certas