Centro Integrado Cardiológico e Neurovascular Fleury Ponte Estaiada recebe mais alto grau de certificação na categoria CI
Um dos bens mais importantes na vida do ser humano é a saúde, e é pensando neste importante ponto que o Centro Integrado Cardiológico e Neurovascular Fleury Ponte Estaiada foi projetado. Além das características sustentáveis, a preocupação com a humanização e hospitalidade, tanto dos pacientes quanto dos colaboradores também foi abordada como um dos principais requisitos para a execução desta obra. É aí que entra a importância de um bom projeto de arquitetura. A ACR Arquitetura, responsável pelo projeto arquitetônico, implantou no CD Ponte Estaiada um conceito sustentável que se integrasse a um alto padrão de design, o que conferiu ao Centro de Diagnóstico um ambiente harmonioso, saudável e ecologicamente correto, garantindo ao projeto o certificado LEED CI (Commercial Interiors) nível Platinum, o mais alto nível da certificação. A empresa possui ampla experiência no desenvolvimento em edificações de saúde, e é parceira com o Grupo Fleury desde 1995. Também atua no ramo de atividade corporativa e educação, porém o foco principal de atuação está no setor de saúde, com o desenvolvimento de Centros de Diagnósticos, Clínicas, Laboratórios de pesquisas e Hospitais. Atualmente possui participação em mais dois projetos certificados LEED, nível Gold do Grupo.
A demanda da ACR Arquitetura, em saúde, se ampliou depois dos primeiros projetos na área e com a recomendação de clientes, tornando a procura ainda maior. A carência de arquitetos especializados neste setor, principalmente quando se fala em sustentabilidade, também foi um fator crucial para a empresa seguir por este caminho. Neste ponto, a empresa dispõe de profissionais qualificados e com capacitação profissional que garantem a implementação dos processos sustentáveis em seus projetos. O Centro Integrado Cardiológico e Neurovascular Fleury Ponte Estaiada, localizado na Avenida Jornalista Roberto Marinho, em São Paulo, conta com 3 mil metros quadrados ocupados no térreo e no primeiro andar. Trata-se de um centro de referência em diagnóstico cardio neurovascular por conter equipamentos de última geração e de alta tecnologia voltados para este segmento. O projeto foi realizado no Edifício Tower Bridge, também com certificação LEED, que inicialmente foi projetado para uso comercial. O primeiro grande desafio da ACR Arquitetura em desenvolver este projeto foi a adequação de um local destinado ao setor corporativo para uma unidade de saúde. “Apesar de se tratar de um edifício certificado, nosso grande desafio se deu pela necessidade da instalação de equipamentos que consomem muita energia, comuns em espaços de saúde, onde é essencial uma ampla carga de máquinas pesadas. Por isso, aproveitamos pouco da infraestrutura oferecida, criada para um prédio comercial”, afirma Antônio Carlos Rodrigues, sócio-diretor da ACR Arquitetura.
O maior diferencial deste projeto é o sistema de iluminação, que além de influenciar na economia de energia, traz à tona o potencial de alto design em todos os ambientes. O projeto lumínico do CD Fleury Ponte Estaiada teve a importante parceria com Esther Stiller, profissional referenciada no mercado de projetos de iluminação, além de contar com a expertise da empresa Lumini. A utilização de lâmpadas com tecnologia LED foi predominante no projeto, contemplando 90%, os outros 10% foram instaladas lâmpadas fluorescentes T5 que se adequaram aos objetivos de eficiência energética e economia financeira exigidas para a certificação LEED. Antônio Carlos explica que foi necessário realizar um projeto exclusivo para implementação de iluminação LED. Por se tratar de uma tecnologia diferenciada não faz sentido adequar uma lâmpada LED em uma luminária comum. “A tecnologia LED ainda é mais cara do ponto de vista do ‘investimento inicial’. Na saúde há uma necessidade de iluminação 24 horas, e este consumo em LED é mais econômico, o que contribui para um retorno desse investimento muito rápido, mas ainda em alguns anos”.
Além da economia de energia, o LED veio para revolucionar o design da arquitetura. A unidade Fleury Ponte Estaiada possui equipamentos desenvolvidos exclusivamente para instalação de LED. Esta tecnologia possui características que necessitam, por exemplo, de dispositivos que driblem a sua alta temperatura como o dissipador de calor, que evita o superaquecimento no ambiente gerando mais conforto ao usuário. O design industrial de LED também é figura importantíssima para durabilidade, que permite a utilização do potencial de 50 mil horas de duração, garantindo também economia de manutenção. Segundo o sócio-diretor da ACR Arquitetura, a iluminação é muito importante para garantir hospitalidade, conforto e principalmente para visualizar os diferenciais arquitetônicos, e a iluminação LED garante este diferencial. “A luz tem temperatura, tem produção de cor, pode ser direta ou indireta, ofuscante ou não ofuscante. O LED é um pequeno ponto de diodo que permite dar a forma e a cor que se deseja em um espaço, completamente diferente das demais lâmpadas, o que necessita de um design específico para a luminária”.
A hospitalidade é um dos fatores mais relevantes nas edificações de saúde. De acordo com Antônio Carlos, é necessário o desenvolvimento de um projeto que ofereça esta hospitalidade aos pacientes e que crie boas condições de trabalho aos colaboradores, devido ao maior grau de tensão na rotina operacional. É justamente por conta destas questões que é preciso gerar um ambiente mais humano, agradável e propiciador para que a equipe possa desenvolver uma boa atividade e assim se antecipar à demanda do cliente. Antônio Carlos diz que a hospitalidade pode ser alcançada de forma tangível, que envolve aspectos como iluminação, temperatura adequada, móveis confortáveis, entre outros. A forma intangível de atingir esta hospitalidade é na receptividade e na capacidade do colaborador entender a necessidade do cliente. O fluxo, por onde transita o cliente, o colaborador, o insumo, onde sai e entra comida e lixo também é fundamental. Um bom planejamento não permite que estes fluxos se cruzem. No Centro de Diagnóstico – Ponte Estaiada, ele segue características hoteleiras, pois se trata de um local onde muitos vão apenas para exames de rotina, não estão necessariamente doentes. Toda a estrutura foi planejada para que o cliente não se sentisse dentro de um hospital. “Tentamos humanizar os ambientes com formas, cores e materiais que propiciem aconchego e acolhimento. O emprego de alta tecnologia, na área da saúde, pode levar ao desenho de ambientes frios e impessoais. Nós nos esforçamos em aliar a tecnologia com calor humano”. No caso da iluminação, a utilização de LED direcionou o desenho de muitos ambientes e foi
primordial para que o Centro de Diagnóstico Fleury se tornasse mais humano. “A luz aliada a materiais naturais, com formas mais orgânicas e curvilíneas, se alinhou aos conceitos do branding, desenvolvido pela empresa GAD para o Grupo”, afirma Antônio Carlos.
O Grupo Fleury optou pelo Edifício Tower Bridge, empreendimento já com certificação LEED Core & Shell, nível Gold. Com isso o CD Ponte Estaiada realçou ainda mais o emprego de ações de sustentabilidade. Baseando-se nos requisitos exigidos para a certificação, foram contempladas medidas para redução de energia, consumo consciente de água, materiais com baixa ou nenhuma emissão de compostos orgânicos voláteis e passíveis de reutilização, instalação de equipamentos que garantem o conforto térmico, qualidade do ar interno com alto potencial de economia de energia, implantação de processos que melhorem o espaço e o entorno, bem como ações de design e inovação de processos. Todas estas iniciativas, acompanhadas da consultoria de sustentabilidade Sustentech Desenvolvimento Sustentável, garantiram que o Centro de Diagnóstico – Ponte Estaiada conquistasse, em outubro de 2015, o nível máximo da certificação LEED CI, o Platinum. Com o objetivo de garantir a redução no consumo de energia, o projeto atendeu à norma ASHRAE 90.1-2007, que foca no desempenho energético do edifício com intuito de mitigar os impactos econômicos e ambientais. O desenvolvimento do projeto lumínico permite uma redução de cerca de 27% da densidade de potência lumínica, comparada ao baseline. 100% dos equipamentos de ar condicionado e ventilação possuem alta eficiência energética, além de equipamentos que não utilizam CFC, gás que danifica a camada de ozônio, em conformidade com a resolução CONAMA 267. A individualização dos sistemas de ar condicionado do edifício também contribui de forma significativa para redução do consumo de energia. 80% dos equipamentos (em carga) possuem certificação Energy Star. Além disso, o projeto prevê caixas VAV (Volume de Ar Variável) com sensores de temperatura e de presença para todos os espaços, inclusive os que possuem exposição solar. Adicionalmente, todos os espaços estão separados em diferentes zonas térmicas, sendo que cada uma é atendida por uma caixa VAV controlada por sensor de presença e sensor de temperatura. As medidas adotadas no uso de água potável atingiram cerca de 39% de redução, com a instalação de equipamentos eficientes, tais como: torneiras automáticas nos lavatórios com vazão de 1,8L/mim; torneiras da cozinha e chuveiros com vazão de 6L/min; mictórios a seco; autoclismos duplo fluxo 3/6L. O empreendimento apresenta elevada qualidade do ar interno, renovação do ar, sistema de filtragem de poluentes e política antifumo de acordo com a legislação atual 13.541/09. Contribuindo para conforto, bem-estar e produtividade dos ocupantes excedeu em 30% as vazões mínimas da ASHRAE 55. Durante a execução da obra do centro de diagnóstico foi implantado um Plano de Qualidade do Ar Interior para garantir a saúde e segurança dos operários. A utilização de adesivos, selantes, tintas e vernizes com baixa emissão de COV (composto orgânico volátil) contribui para reduzir a dispersão de odores que prejudicam o conforto e bem-estar dos ocupantes e operários. 60% dos pisos aplicados também apresentam baixa emissão de poluentes. Além disso, o projeto prevê sistema de captura de partículas, com filtros G4 e F7 em todos os plenums de mistura de ar externo e retorno dos fancoils. O Centro de Diagnóstico possui 100% das paredes revestidas com papel vinílico resistente e lavável, um material sustentável com durabilidade de cerca de 15 anos, excluindo a necessidade do emprego de protetores de parede e repintura constante, evitando a geração de resíduo e poeira, elemento prejudicial justamente por se tratar de uma edificação de saúde. O empreendimento possui salas de armazenamento de resíduos infectantes, comuns e recicláveis. Um Plano de Gestão de Resíduos foi elaborado para garantir que 87% dos resíduos de obra fossem desviados de aterros. 12% dos materiais aplicados em obra apresentam rápido ciclo de renovação, como forma de reduzir o uso e esgotamento de matéria-prima. A unidade CD Ponte Estaiada contou com um serviço de comissionamento avançado que assegurou que a construção e calibração para operação otimizada dos sistemas seguissem conforme previstas em projeto. Além disso, com o objetivo de incentivar o desenvolvimento de energia limpa de fontes renováveis, o Grupo Fleury disponibiliza-se para compra, certificados de energia verde, que são convertidos em investimentos para geração de energia limpa a ser lançada na rede elétrica.
Para Antônio Carlos Rodrigues, sócio-diretor da ACR, a arquitetura possui uma importância global em todas as fases do trabalho. O setor de saúde é altamente regulamentado e, dependendo da complexidade e da expectativa do cliente, é necessário ou não formar uma equipe de profissionais de múltiplas disciplinas que farão os projetos complementares. “Um bom projeto de arquitetura não pode ser dissociado do que está dentro das paredes. A Arquitetura permeia por todas as matérias, de Exatas a Humanas. É preciso conhecer o funcionamento dos equipamentos para atingirmos seu melhor cenário de eficiência, sem perder de vista que, tudo o que projetamos e construímos, é para nossa atividade humana de viver e trabalhar. A Arquitetura é, portanto, o ponto de partida e de chegada para todos os projetos”, destaca Antônio.
Texto retirado da 7° edição da Revista GBC. Acesse todas as edições:
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