Tendências de certificação LEED O+M no mercado de escritórios apontam para um futuro de baixo carbono

Em 11 de março de 2020, a Organização Mundial da Saúde declarou a COVID-19 uma pandemia. A maioria da população deixou seus escritórios e passou a trabalhar de casa. Dias se transformaram em meses, e meses em anos. Muitas pessoas voltaram ao ambiente de trabalho presencial, mas os escritórios não são mais os mesmos. Cinco anos depois, os acontecimentos dos primeiros anos da pandemia mudaram a forma como fazemos negócios. Muitos que antes iam ao escritório cinco dias por semana agora comparecem apenas dois ou três dias, ou nem isso. Essa mudança teve um impacto drástico no mercado imobiliário comercial, mas, talvez surpreendentemente, os esforços de sustentabilidade e a certificação LEED cresceram nesse período.

Em 2019, os dados de certificação do sistema de classificação LEED para Operação e Manutenção (O+M) para escritórios registravam aproximadamente 116 milhões de pés quadrados distribuídos em 638 projetos. Nos primeiros anos da pandemia, houve uma queda esperada na atividade. No entanto, nos três anos seguintes, o crescimento foi expressivo.

Em 2024, 1.139 projetos de escritórios foram certificados pelo LEED O+M, um aumento de 79% em relação a 2019. A metragem total certificada no último ano foi de cerca de 215 milhões de pés quadrados, um crescimento de 85%. Esse avanço é significativo, especialmente considerando a redução geral da ocupação dos espaços comerciais.

Outro dado relevante é que o tamanho médio dos projetos certificados em 2023 foi de 173.285 pés quadrados, um pouco menor do que em 2019, quando a média era 181.730 pés quadrados. Essa redução acompanha as tendências de diminuição dos espaços de escritório para acomodar o modelo de trabalho remoto.

LEED para Operação e Manutenção: Edifícios Existentes – Espaços de Escritório

A variação percentual mostra o crescimento dos projetos em relação à linha de base de 2019.

Os desenvolvedores do mercado de escritórios estão mais motivados do que nunca a abordar a sustentabilidade no ambiente construído. Um projeto certificado pelo LEED é um edifício verde verificado por uma terceira parte. Quando proprietários e inquilinos utilizam o sistema de certificação, eles tomam medidas essenciais para garantir, antes de tudo, que o edifício seja um ambiente de trabalho saudável. Os pré-requisitos do LEED asseguram que os sistemas de ventilação e filtragem estejam otimizados, que produtos químicos seguros sejam usados na limpeza e que o ar interno esteja livre de fumaça de tabaco.

Além disso, há muitos fatores motivadores para tornar o ambiente construído mais resiliente. Nos últimos anos, desastres naturais de grande impacto, como os incêndios em Los Angeles em 2025, o furacão Helene em 2024 e as enchentes na Espanha em 2024, chamaram nossa atenção. Também observamos um crescimento significativo das metas ESG, impulsionadas por investidores e ocupantes. Um projeto certificado pelo LEED representa ação e responsabilidade.

Ao olharmos para o futuro, vemos essas tendências não apenas continuando, mas acelerando. Além de focarmos em espaços de escritórios saudáveis e de alto desempenho, agora estamos priorizando a descarbonização. O mercado imobiliário comercial está implementando com sucesso estratégias de baixo carbono em edifícios existentes.

Também observamos que as redes elétricas estão se tornando mais limpas a cada ano. Globalmente, cerca de 30% da nossa energia já vem de fontes renováveis. A cada nova rede, estamos reduzindo a dependência de usinas movidas a carvão. É motivador ver essas mudanças se concretizarem tanto nos edifícios quanto na infraestrutura energética.

Enfrentamos desafios durante a pandemia, mas saímos mais fortes, com um foco ainda mais direcionado na sustentabilidade. Esse otimismo impulsiona o LEED v5, que será lançado em 2025. Esse sistema de certificação oferecerá um roteiro claro para edifícios existentes, ajudando a impulsionar o setor rumo a um futuro de baixo carbono e maior resiliência.