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UNIÃO DOS POVOS – JOGOS OLÍMPICOS

Publicado em 27 . 09 . 2024

Em 6 de abril de 1896 começava em Atenas, na Grécia, a primeira edição dos Jogos Olímpicos da Era Moderna. O renascimento do espírito olímpico, interrompido no ano 392, deveu-se ao francês Barão de Coubertin, Charles Freddye Pierre, pai da Olimpíada Moderna. Os valores atribuídos por Coubertin ao movimento olímpico foram: igualdade, equidade, justiça, respeito pelas pessoas, racionalidade, compreensão, autonomia e excelência, que resumia numa frase, muitas vezes mal compreendida: “O importante é competir”, que na verdade embute toda uma linda filosofia (tem muito a ver com a palavra KODAWARI, procurar sempre ser e fazer melhor… o resultado não é importante, é somente a consequência…Ken Mogi, genialmente, define como “ter orgulho do que faz e é”).

Valores que, na essência, apontam para o nosso conceito de SUSTENTABILIDADE: “Fazer certo (EXCELÊNCIA), da maneira certa (EFICIÊNCIA), pelos motivos certos (ÉTICA)

Os Jogos Olímpicos foram criados com a finalidade de utilizar o esporte como instrumento para a promoção da paz, da união e do respeito. Entre os intuitos principais estão a contribuição para um mundo melhor e a garantia de que a prática de esportes é um direito de todos os seres humanos, sem qualquer tipo de discriminação. A educação, a integração cultural e a busca pela excelência através do esporte são ideais a serem alcançados.

Seus princípios são a amizade, a compreensão mútua, a igualdade, a solidariedade e o “fair play” (jogar firme na bola). Esses valores devem ser aplicados para além do esporte, para o dia a dia, para a vida. Para isso, as Olimpíadas contaram com uma visão que contempla três conceitos fundamentais: dar o melhor de si (obter a melhor versão pessoal); aceitar uns aos outros (união na diversidade) e transmitir o legado para o futuro (conectar-se com o amanhã).

O atual juramento, apresentado durante a cerimônia de abertura, é o seguinte: “Em nome de todos os competidores, prometo participar destes Jogos Olímpicos, respeitando e cumprindo com as normas que o regem, me comprometendo com um esporte sem doping e sem drogas, no verdadeiro espírito esportivo, pela glória do esporte …” Ele é o guardião da ÉTICA e da MORAL, garantindo que a competição aconteça de forma justa e respeitosa. Através do fair play, os atletas aprendem a importância da integridade e da honestidade, valores que vão além do campo de jogo e deve se refletir na vida cotidiana.

Os atletas nos revelam exemplos de superação, foco, dedicação, trabalho em equipe e uma série de outras competências comportamentais que, quando analisadas e colocadas em prática no nosso dia a dia, podem fazer a diferença no trabalho, nos resultados dos times e das empresas e, definitivamente, ajudam a construir a CULTURA DA SUSTENTABILIDADE E ALTO DESEMPENHO! O Espírito Olímpico ou Olimpismo é uma filosofia de vida que exalta e combina em um conjunto equilibrado as qualidades do corpo, da vontade e da mente.

Infelizmente este espírito é periódico e de pequena duração. Um comentarista esportivo, disse ficar triste no período dos jogos olímpicos, pois tem que comentar jogos das olimpíadas e, no momento seguinte, comentar jogos do campeonato brasileiro de futebol. convivendo com duas realidades completamente diferentes quanto ao clima de RESPEITO e ÉTICA! Explicitando a diferença dos cenários que imperam nestes dois ambientes. Em um outro momento, o narrador de uma luta final do judô, sem perceber a diferença entre os ambientes, criticou enfaticamente a decisão do juiz, que apesar de um dos lutadores estar vencendo por “wazari”, o desclassificou por duas entradas falsas, que são consideradas atitudes antiesportivas e penalizadas pelas regras do esporte. O argumento utilizado, era que a parte técnica estava sendo desconsiderada em detrimento de “regras” que, aparentemente, considerava “burocráticas”. Felizmente os comentaristas, dois ex-judocas olímpicos, consideraram, firme e assertivamente, a decisão correta, que as duas ações praticadas pelo perdedor foram, claramente antiesportiva, praticadas em intervalo de alguns segundos, e com isto mostraram que o espírito do judô e dos jogos olímpicos fazia parte da cultura esportiva de ambos e deveria sempre prevalecer.

Apesar deste quadro, resta a esperança de que talvez a ÉTICA possa superar a ESTUPIDEZ HUMANA! Pois, desde a Grécia antiga, os Jogos Olímpicos é uma fonte de momentos de inspiração e exemplos da essência divina da natureza humana. Nesta Olímpiadas, tive o privilégio de viver mais um desses momentos. Pela televisão pude ver a NOBREZA de uma vencedora dourada. Na entrevista que concedeu, quando viu os pais, pelo celular do repórter que a entrevistava, disse duas frases singelas, em meio a um choro sincero e emocionado, carregadas de amor, gratidão, simplicidade e humildade: “Pai consegui…” (o seu pai sempre foi o seu maior incentivador)… Mamãe, é para a Vovó… (ela havia falecido recentemente). Bia Souza, durante a comemoração na saída do tatame, mostrou que é “uma linda gente boa, portadora das virtudes e valores imaginados pelo Barão de Coubertin…” de formação e coração tão dourado com a medalha que havia acabado de ganhar.

Para ficarmos dentro do tema desse nosso cantinho: “SEMPRE DÁ CERTO FAZER O CERTO”, gostaria de contar uma história olímpica, que foi postada no Facebook e, infelizmente, não anotei a referência.

 

 

MUHAMMED ALIIJI RESHWAN

“Nas Olimpíadas de Los Angeles em 1984. o judoca egípcio Muhammed ِAlijj Reshwan também participou. Ele conseguiu passar da fase preliminar e todos ficaram surpresos por ele participar da luta final. Foi também a primeira vez que o Egito conquistou uma medalha nas Olimpíadas; ouro ou prata. A imprensa, o rádio e a televisão, na verdade todos, clicaram no nome do herói e a luta foi transmitida ao vivo.

Seu adversário na final foi o japonês campeão mundial Yasuhiro Yamashita.

Mas logo no início da luta, algo muito estranho foi notado. Resoluto naquela luta espasmódica com o adversário, nunca o acertou na perna esquerda, o que não era comum no judô. Reshvan perdeu por alguns pontos. E durante a luta, o mundo inteiro pôde ouvir o grito do treinador de Reshvan dizendo a ele: “Acerte-o na perna esquerda.”

Mas Reshvan recusou, ele nem tentou levar pelo menos um ponto dessa forma. Foi assim que os japoneses conquistaram o ouro. A torcida ficou triste com a perda da medalha de ouro e não entendia por que Reshwan não lutava de forma mais agressiva, estava todo mole e não seguia as instruções do treinador.

Mas logo em seguida foi organizada uma coletiva de imprensa onde um jornalista perguntou a Muhammed Reshvan: “Por que você não seguiu as instruções do seu treinador?”

Reshvan respondeu: “Recebi informações confirmadas de que o campeão japonês estava lesionado, tinha um corte no ligamento interno do joelho esquerdo, e qualquer golpe mais forte poderia destruí-lo por completo. Mas ele escondeu a notícia e decidiu lutar e se sacrificar porque representa seu país.”

O jornalista continuou com perguntas: “Mas foi uma grande chance para você, era melhor para você ganhar… por que você não aproveitou essa oportunidade e trouxe ouro para o seu país?”

Então Muhammed Reshvan disse: “Minha fé me impede de bater em um homem ferido e arruinar seu futuro por causa de uma medalha.” Nesse momento, todos começaram a aplaudir o herói egípcio, com um longuíssimo aplauso.”

E a UNESCO o homenageou por essa elevada moralidade, e ele foi escolhido como o portador da melhor ética esportiva do mundo. A comissão organizadora concedeu-lhe um ouro honorário porque ele realmente o merecia. E sua reputação se espalhou por todo o mundo, e os japoneses lhe deram uma honra especial e o receberam como um rei coroado.

Talvez se Reshvan tivesse ganhado o ouro, ele não teria recebido nem metade da honra, gratidão e amor que recebeu nos corações das pessoas com aquele movimento.”

Esta bela história olímpica nos ajuda a entender que FAZER CERTO SEMPRE DÁ CERTO!

 

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Por Nelson Kawakami

Eng. Naval pela Escola Politécnica – USP, pós-graduado/especialização/CEAG em finanças e engenharia pela FGV/EPUSP.
Atuou como Presidente, Diretor e Executivo em grandes empresas nacionais e internacionais (METRÔ, ABN AMRO Banco Real, Banco Itaú, ITAUSA – ITAUPLAN, Rhodia) e como consultor no Governo do Estado de São Paulo (Assuntos Estratégicos).
Ex. CEO do GBC (Green Building Council Brasil), trabalhou 10 anos desenvolvendo projetos de eficiência energética (Pioneiro em Cogeração), fontes alternativa de energia, uso racional de água e tratamento de resíduos. Pioneiro em Certificação LEED e ISO 14.001 para edifícios. Professor e Consultor nas áreas de Sustentabilidade (ESG), Liderança, Equipes de Alto Desempenho e Planejamento Estratégico.
Autor dos livros: “Sustentabilidade Corporativa, Cultura da Sustentabilidade e Alto Desempenho , Liderança – Sustentabilidade e Alto Desempenho, Equipe – Sustentabilidade e Alto Desempenho e Pessoas Certas

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