INSPIRE-SE. CONHEÇA UM POUCO DA HISTÓRIA DA ENGENHEIRA VIRGÍNIA SODRÉ, E SUA CONTRIBUIÇÃO PARA A ENGENHARIA HIDRÁULICA E SANITÁRIA, TENDO SEU FOCO NO USO EFICIENTE E NA GESTÃO INTEGRADA DOS RECURSOS HÍDRICOS. UMA DAS PRINCIPAIS PROFISSIONAIS QUE LIDERAM O NOSSO MOVIMENTO DE GREEN BUILDING.
Conselheira do Green Building Council Brasil (GBC Brasil), Conselheira do Muda o Presente, CEO da Water Brain e diretora da Infinitytech. Engenheira Civil pela UFRN, mestre em hidráulica em Saneamento pela USP-EESC, com MBA de Negócios Internacionais pela FIA. Foi consultora do Banco Internacional de Desenvolvimento, da ONU PNUD, USTDA, atua há mais de 23 anos no mercado de Saneamento e de águas e efluentes no Brasil.
Já são mais de 100 projetos de consultoria em conservação de água e gestão integrada da água, tratamento de efluentes sanitários e industriais, incluindo projetos de reuso. São mais de 54 projetos de reuso de águas cinzas, aproveitamento de água de chuva e pluvial, projetos de drenagem sustentável incluindo jardins de chuvas e outras soluções baseadas na natureza. Projetos que valorizam a gestão integrada de água em empreendimentos que buscam reduzir seus impactos ambientais, com eficiência hídrica, viabilidade financeira e maior sustentabilidade.
Com seus projetos, ajudou empreendimentos (shoppings centers, escolas, edificações comerciais, residências, indústrias, companhias de água e esgoto) a se tornarem mais eficiente e reduzirem o seu impacto ambiental. São mais de 5m3/dia de água recuperada e reutilizada.
Outros projetos interessantes são: a nova Planta Industrial e a Sede nova da Piracanjuba, que recebeu o selo LEED Platinum, da qual foi responsável pelo projeto de gestão integrada das águas, ajudando o empreendimento a reduzir o seu consumo de água e seu impacto ambiental. Elaborou os projetos de reuso dos efluentes gerados e soluções para a drenagem sustentável, nos quais realizou o aproveitamento das águas pluviais e em que todo o excedente de água foi infiltrado no empreendimento, resultando em impacto zero na bacia de água.
Em andamento, o excelente projeto do Outlet Catarina, da JHSF, em que estão ousando um empreendimento Net Zero em água e Impacto Zero na Bacia. Esse projeto considera toda uma Gestão Integrada de água, onde serão utilizadas fontes alternativas de água potáveis e não potáveis, será implantado um programa de conservação de água, com o reuso de parte do efluente gerado e descarte minimizado na bacia. No que se refere à água pluvial, trarão impacto zero na bacia, uma vez que boa parte da água pluvial será infiltrada no terreno através de soluções de jardins de chuva, trincheiras de infiltração e outras soluções para detenção da água pluvial, trazendo para a bacia a condição de pré-desenvolvimento considerando um tempo de retorno de 100 anos.
Também atuou como diretora na Acciona Água, sendo responsável pelo mercado de águas e efluentes da empresa no Brasil, na SAUR empresa Francesa, terceira maior operadora de saneamento Francesa, sendo responsável pela estratégia do mercado da entrada da empresa no Brasil, atuou na Degremont Tratamento de Águas (Atual Suez), na CAVO Serviços e Meio Ambiente e na área de Saneamento Industrial da Construtora Camargo Corrêa.
Foi responsável pela elaboração dos textos bases das normas técnicas de Conservação de Água em edificações NBR 16.782 e Uso de Fontes Alternativas de Água não potável NBR 16.783, e pelo livro do Guia das normas, elaborados pelo CBIC.
Responsável pelo Plano Estratégico de água da CCDI e do Banco Bradesco e pela elaboração do Guia de Cálculo de Pegada Hídrica em edificações com base na metodologia, consultora para a ONU PNUD, Sinduscon/SP e Caixa Econômica Federal.
Possui mais de 10 publicações no setor de águas e efluentes, sendo uma das sendo uma das responsáveis pela criação da metodologia sobre Reúso de Efluentes: Análise do Potencial do Uso de Efluentes Tratados para Abastecimento Industrial e Aumento da segurança Hídrica, para sete estados no Brasil (Ceará, São Paulo, Espírito Santo, Paraíba, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte e Pernambuco) para a CNI, foram geradas 7 publicações.
Realizou em conjunto com AECOM-USA, com patrocínio da USTDA um Estudo de soluções para tratamento de esgotos na cidade de Fortaleza –CE e reuso, minimizando a situação de stress hídrico da região, potencializando as ofertas de água, para dar suporte ao crescimento econômico da região metropolitana de Fortaleza. Na primeira etapa foram simulados o tratamento de 0,8m3/s de esgotos sanitários para atendimento a uma demanda de água não potável de 0,7m3/s e na segunda etapa 4,3m3/s para uma demanda não potável de aproximadamente 1,8m3/s.
“Meu repúdio ao vídeo, apoio e admiração a todas as colaboradoras do grupo Acciona. Tenho muito orgulho de ter pertencido ao quadro de diretoras da Acciona no Brasil, uma empresa incrível e que tem a diversidade como um dos seus principais pilares.
Minha admiração a todas as grandes mulheres engenheiras do nosso Brasil. Não é fácil quanto parece ser engenheira num país, ainda machista, com líderes que discriminam e pensam que o gênero faz diferença. Que engenharia não é profissão para mulheres.Ao longo de 23 anos no universo da engenharia, já passei por muitas situações desconfortáveis, que só me fortaleceram. Eu sabia que não ia ser fácil. Eu sabia dos desafios que eu iria enfrentar em ser engenheira e em querer atuar nesse universo.
Já passei por preconceitos por ser mãe e executiva. Tive um chefe que uma vez me perguntou o que eu fazia nos finais de semana e no meu tempo vago, porque ele acreditava que eu não tinha tempo para me atualizar, com notícias fora do trabalho, justamente por eu ser mãe e executiva. E minha resposta foi um pouco enfática, falei que eu não devia satisfação das minhas atividades no meu tempo livre. Se ele quisesse saber o que eu fazia na empresa teria o maior prazer em discutir minhas atividades, mas não havia sentido naquela pergunta.
O preconceito muitas vezes vem de comentários como esses, não explícitos. Tenho certeza de que essa pergunta nunca seria feita para um homem que ocupasse a mesma posição que a minha. É como se veladamente ele estivesse duvidando, ou julgando precocemente, a partir de premissas errôneas, a nossa capacidade de visão e dedicação.
Mas atuar na engenharia é transformar obras em sonhos, é transformar e proteger o meio ambiente, é trazer saúde e qualidade de vida as pessoas. Por que não podemos ter esse direito? Que possamos ser o que quisermos ser, que possamos ser tratadas com respeito e valorização, pois nossa inteligência, força e talento independem do nosso gênero.
Programas de diversidade, valorização e inclusão das mulheres nas grandes empresas de infraestrutura ainda são necessários e importantes num setor onde somos tão poucas. Que a equidade seja uma realidade cada vez mais presente no universo da infraestrutura, reduzindo o distanciamento da participação de homens e mulheres nesse setor.
Desejo que esse preconceito seja combatido, que possamos estimular mais estudantes a entrarem nesse universo, que possamos demonstrar que a nossa atuação nesse setor vai além da nossa excelência no trabalho, vai da nossa força, da nossa capacitação, da capacidade de superação, da nossa essência feminina e do nosso poder de transformação.
Que possamos inspirar mais mulheres a brilharem e serem protagonistas nesse setor. Que possamos defender a igualdade e acima de tudo a valorização e o respeito à mulher. Que falas e mensagens machistas sejam repudiadas aos quatro cantos do nosso país.
Que ações em prol da diversidade em todas as suas vertentes seja uma realidade cada vez mais presente nas empresas.”